Tecnologia

Consultor de Dilma coloca em dúvida criação de marco internacional para regular a internet

Demi Getschko pôs em dúvida nesta sexta-feira a possível criação de uma lei internacional para o controle de internet

Dilma Rousseff

Dilma Rousseff

DR

Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2013 às 17h17.

O conselheiro do Comitê Gestor da Internet (CGI), órgão consultor do governo em assuntos relacionados com a rede, Demi Getschko, pôs em dúvida nesta sexta-feira a possível criação de uma lei internacional para o controle de internet.

As declarações de Getschko, considerado um dos pais da internet no Brasil, acontecem um mês depois de a própria presidente Dilma Rousseff pedir durante a Assembleia Geral da ONU a aprovação de um marco civil internacional para proteger a privacidade dos usuários na internet.

"Não é possível ter uma lei internacional porque as culturas variam, mas é viável que cada um dos países aceite que é necessária uma internet aberta e livre, mas na qual é importante que não haja invasão; que a privacidade do indivíduo seja respeitada", explicou Getschko em entrevista coletiva a correspondentes estrangeiros em São Paulo.

O Congresso deve aprovar no final do mês o projeto de lei conhecido como Marco Civil da Internet, redigido desde 2010 por diversos organismos, entre eles o Ministério da Justiça e o CGI, e que Dilma quer propor na ONU como inspiração para a criação de um marco internacional.

Segundo o CGI, a necessidade de aprovar o Marco Civil da Internet, que defende a privacidade do usuário e o igual acesso dos recursos online, entre outros aspectos, ganhou força no Brasil após as denúncias de espionagem por parte dos Estados Unidos.

O ex-analista da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês), Edward Snowden, divulgou documentos que mostram que os EUA espionaram as comunicações eletrônicas e telefônicas de Dilma e seus principais assessores, assim como da Petrobras.

Dilma protestou na Assembleia Geral da ONU por este caso de espionagem, que considerou "uma violação" da soberania do país, "uma afronta" e "uma falta de respeito" que não pode justificar-se pela luta contra o terrorismo.

Dias antes da Assembleia, a presidente se reuniu com o CGI, órgão composto por representantes do governo, do setor empresarial e de serviços, assim como por membros da comunidade acadêmica, para analisar a situação da internet no país.

O CGI foi o encarregado de elaborar os princípios sobre governabilidade na internet expostos posteriormente por Dilma na ONU, e que também estão refletidos no Marco Civil da Internet.

Getschko, presidente do "braço operacional" do CGI, também destacou que, para evitar futuros casos de espionagem, é necessário "diversificar o tráfego da informação" e "tomar precaução com os equipamentos que se compra" para evitar o acesso à informação

Acompanhe tudo sobre:América LatinaDados de BrasilEstados Unidos (EUA)INFOPaíses ricos

Mais de Tecnologia

Gigantes das redes sociais lucram com ampla vigilância dos usuários, aponta FTC

Satélites da SpaceX estão causando interferência nos equipamentos de pesquisadores, diz instituto

Desempenho do iPhone 16 chama atenção e consumidores preferem modelo básico em comparação ao Pro

iPhone 16 chega às lojas – mas os recursos de inteligência artificial da Apple, não