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Consórcio intermunicipal prevê crise hídrica mais severa para 2015

Em abril de 2014, os reservatórios do Cantareira apresentavam 13,4% do volume; hoje, o sistema está com 6,7%

cantareira (Reuters)

cantareira (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2015 às 06h00.

O Sistema Cantareira precisa de 100 dias para recuperar sua reserva técnica, mas a estiagem começa em abril, antes desse prazo, de acordo com o Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).

Em reunião na quarta-feira (11), membros do Grupo de Eventos Extremos discutiram ações para diminuir os efeitos da crise hídrica no estado para este ano. O grupo prevê que a estiagem será mais severa em 2015.

Algumas das ações em pauta incluem a necessidade de desburocratização na aprovação de medidas emergenciais para a crise por parte dos órgãos fiscalizadores, socorro aos serviços de saneamento por parte dos governos estadual e federal, planos de comunicação e sensibilização da comunidade e armazenamento do maior volume possível de água das chuvas.

“O Sistema Cantareira não está conseguindo se recarregar com as chuvas de verão, que estão acontecendo 50% abaixo da média histórica.

O sistema opera, atualmente, com 6% da capacidade da segunda cota da reserva técnica – mais conhecida como volume morto –, acumulando um saldo negativo de 25%”, diz nota do consórcio.

A equipe técnica do órgão estimou que serão necessários 100 dias para recuperar todo o volume usado da reserva técnica, caso continuem no mesmo ritmo o volume de chuvas, as vazões dos afluêntes e as retiradas de água do sistema.

Somente assim, segundo o consórcio, o Cantareira ficaria com saldo positivo no volume útil, que é quando a água pode de ser captada por gravidade, sem a necessidade de bombeamento.

Em 1º de abril de 2014, os reservatórios do Sistema Cantareira apresentavam 13,4% do volume útil, de acordo com dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo. Hoje (12), o sistema está com 6,7% de sua capacidade, utilizando a segunda cota do volume morto.

O secretário executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz, orienta que a água das chuvas seja reservada ao máximo.

“Não podemos deixar essa água toda passar pela calha do rio e ir embora. Municípios, empresas e a comunidade devem reservar o máximo possível, seja por meio da construção de cisternas, bacias de retenção na agricultura ou pequenos reservatórios”, afirmou em nota.

A divulgação da estimativa ocorreu no mesmo dia (12) em que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou que fará obras para possibilitar o acesso à água do quarto volume morto do Sistema Cantareira, embora não pretenda usá-las no momento.

“Desses 40 milhões [de metros cúbicos disponíveis], cerca de metade praticamente não precisa de obra nenhuma, é possível retirar. A outra metade [precisa de] pequenas obras de engenharia”, explicou o governador.

Alckmin lembrou que o governo está adotando medidas para minimizar os danos à população e comemorou o fato de o nível das represas ter subido nos últimos dias. “A gestão da demanda está nos possibilitando um ganho.

Na quata [11] foram retirados 15,7 metros cúbicos por segundo do Cantareira e entrou 50,2 metros cúbicos por segundo. Entrou três vezes mais do que nós tiramos. Vamos levantar as represas o máximo que pudermos. É uma administração rigorosa.”

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