Tecnologia

Consórcio compra Electronic Arts por US$ 55 bilhões; dona de The Sims e Battlefield sairá da bolsa

Acordo envolve Silver Lake, fundo soberano da Arábia Saudita e Affinity Partners em uma das maiores transações já vistas na indústria de games

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 29 de setembro de 2025 às 09h28.

Última atualização em 29 de setembro de 2025 às 15h54.

A Electronic Arts (EA) será retirada da bolsa em um dos maiores negócios já feitos no setor de games: um consórcio formado pela Silver Lake, pelo Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (PIF) e pela Affinity Partners vai pagar US$ 55 bilhões pela companhia.

O contrato prevê que os acionistas recebam US$ 210 por ação em dinheiro, o que representa um prêmio de 25% sobre o valor dos papéis antes da divulgação das negociações.

Pressão do mercado e franquias bilionárias

A venda acontece em um momento estratégico para a EA, que aposta no lançamento de “Battlefield 6” para manter relevância em um mercado cada vez mais dependente de franquias estáveis e reconhecidas.

Com a operação, a empresa se junta a uma lista de transações bilionárias que têm redesenhado o setor, como a compra da Activision Blizzard pela Microsoft e da Zynga pela Take-Two Interactive.

Como ficará a EA após a venda

Com a operação, a EA deixará de ser uma empresa de capital aberto e passará ao controle privado do consórcio. O atual CEO, Andrew Wilson, permanecerá no cargo — durante sua gestão, a companhia dobrou a receita e multiplicou por cinco o valor de mercado, segundo a Silver Lake.

A saída da bolsa acontece em um momento de valorização recorde das ações, movimento que surpreendeu parte dos analistas, que esperavam ganhos ainda maiores com a expansão das receitas recorrentes.

Impacto financeiro e alavancagem do negócio

O acordo é considerado o maior leveraged buyout (LBO) da história, com estrutura de US$ 36 bilhões em capital próprio e US$ 20 bilhões em dívida, financiada pelo JPMorgan.

Segundo analistas do Citi, a operação deve gerar um retorno interno (IRR) de apenas 3%, bem abaixo da meta de 15% normalmente buscada em transações desse porte. Com alavancagem próxima de sete vezes o Ebitda e juros estimados em 7%, a EA deverá pagar até US$ 1,4 bilhão por ano em encargos, contra um fluxo de caixa livre atual de aproximadamente US$ 1,8 bilhão.

Acompanhe tudo sobre:Jogosbolsas-de-valoresConsoles para jogos

Mais de Tecnologia

Robôs humanoides ganham espaço em lares e centros de cuidados a idosos na China

US$ 55 bilhões por The Sims: negócio pode ter saído caro para compradores da EA

Jaguar Land Rover recebe US$ 2 bilhões do governo britânico para retomar produção após ciberataque