samuel (Matheus Piccini / Flickr FISL 2015)
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2015 às 15h05.
Encerrada no último fim de semana, a Campus Party recebeu, como de costume, membros da comunidade da Mozilla no Brasil. E entre programadores e outros apoiadores voluntários do Firefox, do Firefox OS e de outras iniciativas de código aberto, um dos que se destacava pela idade era o gaúcho Samuel Flores Moraes. Com 16 anos completados em meio ao evento de São Paulo, o jovem é um dos responsáveis por gerenciar toda a infraestrutura de servidores e comunicação usada por outros colaboradores de projetos da fundação.
A função é dividida com o colega Ricardo Panaggio e com uma equipe criada pelos dois, cuja prioridade é manter a comunidade sempre em comunicação de forma a evitar que dois membros "batam cabeça" em suas tarefas. O posto foi conquistado ao longo de três anos de envolvimento na comunidade que conheceu quando tinha 13. Foi com essa idade que entrou na lista de e-mails dos participantes, como ele mesmo contou a INFO em conversa realizada ainda em meio ao evento de São Paulo.
Mas foi só com 14 que eu fui me apresentar para os outros. Fiquei quase um ano apenas lendo as mensagens, explicou. O pessoal me recebeu bem e eu gostei, porque eles mal me conheciam e já me deram confiança.
E apesar da pouca idade com que começou a se envolver com programação, Moraes já acumulava algum conhecimento técnico na área. Mais novo, frequentou um curso básico de informática na pequena cidade onde nasceu, São Francisco de Assis.
Empolgado, virou frequentador assíduo de lan-houses até se mudar para uma cidade maior e ganhar seu primeiro computador do pai. E a partir disso eu comecei a ficar fascinado com o que eu conseguia fazer com uma máquina daquelas, contou. Eu não precisava comprar nada, eu tinha tudo em minhas mãos, qualquer coisa eu podia fazer ali.
Esse fascínio o levou a estudar linguagens, começando no HTML, para depois pular para o CSS, o JavaScript e, finalmente, para o PHP. Foi aqui que eu precisei de um servidor, o que me fez parar essa parte de programação e ir pra infraestrutura, explicou Moraes. E é nessa área que segue hoje na comunidade que serve como um lugar para aplicar o que aprendeu, algo que não dispunha antes de se envolver com os projetos de código aberto.
O conhecimento e a prática ainda levaram o jovem a criar a própria empresa, da qual tira os fundos para encarar as viagens como a que fez para palestrar na oitava Campus Party, a primeira edição que visitou. Antes dela, porém, Moraes já havia passado e se apresentado pela Feira Internacional do Software Livre, pela Latinoware e por outros eventos relacionados ao software livre pelo Brasil.
A parte mais curiosa da história toda, no entanto, é que a família de Moraes é toda leiga em informática, conforme o próprio jovem contou. Eu estou sempre mostrando aos meus pais como utilizar o computador, segundo o jovem, que pretende cursar Unicamp quando terminar o ensino médio. A influência, portanto, só pode ter vindo indiretamente. Minha mãe diz que, desde pequeno, quando eu ganhava um brinquedo, eu não brincava eu desmontava, conta. E acho que isso que começou a me ligar à parte de informática e até trabalhar com robótica e Arduino.