Aplicativo Discord (Divulgação/Fonte padrão)
Laura Pancini
Publicado em 26 de novembro de 2020 às 07h00.
Se você se reuniu virtualmente com amigos nos últimos meses, talvez tenha ouvido falar do Discord. O aplicativo permite realizar chamadas de vídeo, áudio ou conversas via chat, funções que o levaram a ter um crescimento explosivo na quarentena.
Hoje, a empresa está perto de fechar uma nova rodada de financiamento que pode avaliá-la em quase 7 bilhões de dólares — quase o dobro do que tinha alguns meses atrás.
De acordo com reportagem da TechCrunch, o novo financiamento surge meses depois de um investimento de 100 milhões de dólares que levou a empresa a uma avaliação de 3,5 milhões. Atualmente, seus principais investidores são a Index Ventures, Greylock, Benchmark e Tencent Holdings.
Disponível para celular ou desktop, o Discord teve seu sucesso inicial com a comunidade gamer, que utiliza o serviço para conversar durante jogos. Em outubro, chegou a receber 800.000 downloads por dia quando o jogo multiplayer "Among Us" viralizou nas redes sociais.
Mas, como afirmaram os co-fundadores Jason Citron e Stanislav Vishnevskiy em uma postagem em julho, o aplicativo alcançou outras esferas sociais: “Acontece que, para muitos de vocês, não se tratava mais apenas de videogames”, dizem.
Citron e Vishnevskiy descrevem o Discord como "um lugar para ter conversas genuínas e passar tempo com as pessoas", projetado para o usuário ficar no conforto de seus próprios grupos ao dividi-los em servidores, ferramenta que se assemelha as comunidades do Orkut.
Apesar da diversidade em quem utiliza o serviço atualmente, a empresa já teve um escândalo em 2017 por conta de grupos de supremacistas brancos que passaram a usar o Discord para promover discurso de ódio pelo aplicativo.
Para combater o crescimento dessas comunidades, a empresa criou a "Central de Segurança" e passou a aplicar as regras e regulamentos que garantem "uma experiência segura, positiva e inclusiva".
Em vez de usar anúncios, o Discord concentra seu crescimento em assinaturas, oferecendo um plano opcional chamado Nitro para usuários interessados em personalizar seus perfis.
O Nitro, que cobra 5 dólares por mês (aproximadamente 26 reais), tinha cerca de 1 milhão de assinantes em junho, um número que tende a crescer à medida que o aplicativo recebe mais atenção do público geral. Hoje, o Discord tem 120 milhões de usuários ativos mensais.
O co-fundador da Index Ventures, Danny Rimer, um dos investidores que apoiou o investimento de 100 milhões de dólares no Discord em junho, é um grande defensor da visão da empresa.
“Acredito que o Discord é o futuro das plataformas”, escreveu Rimer em um comunicado. “Em vez de jogar conteúdo em cima de você, como o Facebook, ele fornece uma experiência compartilhada para você e seus amigos", diz.