Computador: conectividade aumenta produtividade das pessoas, contribui no acesso a mais informações e capacita profissionais a competir no mercado de trabalho, diz estudo (GettyImages)
Da Redação
Publicado em 22 de janeiro de 2014 às 15h32.
São Paulo - Já era de conhecimento do mercado a estimativa do Banco Mundial de que a cada 10% de aumento de penetração da banda larga, o Produto Interno Bruto (PIB) do país pode crescer 1,38%. Agora, um estudo elaborado pela Ericsson em parceria com a universidade sueca Chalmers e a Arthur D. Little se propõe a mensurar o impacto positivo da banda larga na renda total dos domicílios conectados.
O "Measuring the Impact of Broadband On Income", divulgado nesta terça, 21, pela União Internacional de Telecomunicações (UIT) destaca a importância da conectividade como meio de acesso a serviços avançados de comunicação, o que aumenta a produtividade das pessoas, contribui no acesso a mais informações e capacitação profissional para competir no mercado de trabalho.
O levantamento, que comparou oito países desenvolvidos (Alemanha, Espanha, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido e Suécia) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com o bloco dos emergentes Brasil, China e Índia (BIC), aponta que há uma velocidade mínima de acesso em alta velocidade para que haja de fato algum ganho de renda domiciliar; que os benefícios são não-lineares e que se dão em degraus.
Mas o mais interessante é notar que a velocidade mínima difere entre os dois blocos comparados, assim como o tamanho dos ganhos com upgrades de velocidades.
Em países desenvolvidos, a banda larga começa a gerar efeitos positivos a partir de 2 Mbps de velocidade, mas o maior ganho vem com o upgrade da velocidade de 500 kbps para 4 Mbps: uma renda adicional de US$ 322 ao mês para a residência. Para aqueles lares sem conectividade e que passam a ter Internet de 4 Mbps, o aumento na renda doméstica é de US$ 182 ao mês, ou US$ 2,1 mil por ano. Já no aumento de velocidade de 4 Mbps para 8 Mbps, o a renda familiar do domicílio agrega outros US$ 120 ao mês.
Por outro lado, no bloco dos países emergentes, onde se enquadra o Brasil, a velocidade mínima da banda larga requerida é bem inferior, apenas 500 kbps, embora o impacto na renda também seja menor. Segundo o estudo, domicílios sem Internet e que passam a contar com uma velocidade de 500 kbps têm um acréscimo de cerca de US$ 70 ao mês, ou US$ 800 ao ano. Ao passo que elevar a velocidade de 500 kbps para 4 Mbps agrega apenas US$ 46 mensais.
Obviamente, "o simples acesso a conexões de alta velocidade não é suficiente; a forma como é utilizada deve ser a chave para conquista de qualquer benefício", destaca o levantamento.
Não está clara na metodologia do estudo como foi eliminada a relação de causa/efeito contrária, ou seja, como se filtrou o fato, óvio, de que domicílios com renda maio tendem a ter conexões melhores à Internet.