Tecnologia

Conectiva Linux: o sistema operacional do Paraná que rivalizou com o Windows no Brasil dos anos 2000

Fundado em 1995, Conectiva foi fundamental para popularizar o software livre no Brasil, mas teve trajetória marcada por desafios e uma fusão que selou seu fim

Conectiva traduziu o sistema Slackware para o português, tornando o Linux mais acessível ao público brasileiro (LightRocket /Getty Images)

Conectiva traduziu o sistema Slackware para o português, tornando o Linux mais acessível ao público brasileiro (LightRocket /Getty Images)

Publicado em 28 de julho de 2025 às 13h24.

Última atualização em 28 de julho de 2025 às 16h20.

Você sabia que o Brasil foi berço de uma das mais importantes distribuições do sistema operacional Linux, quase colocando o país na posição de ter uma alternativa local e aberta ao Windows, da Microsoft?

O Conectiva Linux foi uma das distribuições mais relevantes no Brasil, desempenhando um papel fundamental na popularização do software livre no país e na América Latina. Fundado em 28 de agosto de 1995, em Curitiba, no Paraná, por um grupo liderado por Arnaldo Carvalho de Melo, o Conectiva foi responsável pela tradução do sistema Slackware para o português, tornando o Linux mais acessível ao público brasileiro.

Essa distribuição ganhou destaque por criar interfaces gráficas amigáveis para instalação e configuração, oferecendo suporte completo ao idioma português e facilitando a integração com o hardware local. Esses diferenciais ajudaram a tornar o Conectiva uma alternativa viável ao Windows, especialmente entre iniciantes.

Além disso, o Conectiva oferecia consultoria, treinamentos, desenvolvimento de software e manutenção, criando um ecossistema técnico ao redor do Linux. Na virada dos anos 2000, o Conectiva Linux ganhou relevância tanto entre usuários domésticos quanto empresas, principalmente por sua usabilidade e robustez.

Aquisição e trajetória descendente

No entanto, a trajetória do Conectiva Linux começou a mudar em meados dos anos 2000. Em 2005, a empresa foi vendida para a francesa Mandrake Linux por US$ 2,23 milhões (na época, cerca de R$ 6 milhões). O negócio resultou na criação da Mandriva S.A. e na distribuição Mandriva Linux, que incorporou elementos do Conectiva, mas levou ao fim da marca e da distribuição independente. Com o tempo, ambas perderam espaço no mercado e a versão brasileira foi descontinuada.

Embora o Conectiva não tenha substituído ou disputado mercado diretamente com o Windows, ele foi crucial para o crescimento do uso de Linux no Brasil, promovendo autonomia tecnológica e fortalecendo a comunidade de software livre. Sua contribuição permanece viva em diversas inovações no ecossistema de código aberto no Brasil e na América Latina.

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