Tecnologia

Computador do assassino do Rio pode dar pistas à polícia

A polícia tenta recuperar o computador de Wellington Menezes, destruído por um incêndio, para descobrir como ele conseguiu armas e munição para o massacre

Interior de unidade de disco: mesmo com o computador queimado, é possível recuperar os dados armazenados nele (Ilker / SXC)

Interior de unidade de disco: mesmo com o computador queimado, é possível recuperar os dados armazenados nele (Ilker / SXC)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2011 às 16h57.

São Paulo — O computador pessoal de Wellington Menezes, 23 anos, responsável pelo massacre de crianças numa escolha do Rio de Janeiro, foi encontrado queimado e destruído em sua residência, na zona Oeste da cidade. Logo após a tragédia que matou 12 estudantes numa escola pública do Realengo, policiais civis foram até a casa onde o atirador vivia em busca de pistas sobre como ele planejou o ataque, se teve ajuda de terceiros e como conseguiu armas e munição.

Uma das peças-chave da investigação é o computador pessoal de Wellington, que foi encontrado queimado e parcialmente destruído em sua casa. O provável motivo das avarias é o desejo do assassino de não deixar rastros sobre seus hábitos na web e o modo como pesquisou e planejou o atentado.

Atuam na investigação a Polícia Civil do Rio e a Polícia Federal, que oferece apoio logístico e de inteligência. A PF possui, inclusive, técnicos especialistas em recuperar unidades de disco danificadas e tentar quebrar a criptografia usada para proteger arquivos de dados.

Especialistas afirmam, no entanto, que discos rígidos danificados podem, em 80% dos casos, ter seus arquivos recuperados. “Nenhum HD é 100% seguro. Mas, mesmo quando um deles é danificado, na maioria dos casos, dá para resgatar o conteúdo”, afirma Eduardo Gomes, especialista em recuperação de dados da empresa Hospital do HD.


Gomes explica que os HDs danificados são analisados durante mais ou menos uma hora para avaliar o que poderá ser feito. A empresa utiliza um software próprio para realizar a varredura dos dados. Ainda não se sabe em que estado se encontra o computador do criminoso. Mas, de acordo com o especialista, apenas em situações onde há danos internos ao disco magnético pode não serpossível recuperar o conteúdo armazenado.

“Nesse caso, mesmo que o rapaz tenha formatado a máquina antes de queimá-la, ou que tenha apagado arquivos, a maioria dos dados podem ser recuperados em pouco tempo. Já trabalhamos com o governo, recuperando informações de máquinas danificadas por enchentes. Tivemos sucesso na maioria dos casos”, diz Gomes.

Wellington Menezes de Oliveira era ex-aluno da escola onde efetuou o ataque, que matou 12 crianças e feriu outras 11 pessoas. O criminoso foi descrito por conhecidos como uma pessoa introspectiva e sem problemas aparentes.

A irmã dele afirmou que, nos últimos meses, o assassino passava seu tempo em frente ao computador, principalmente pesquisando sobre armas. Com a recuperação da unidade de disco do computador, a polícia pretende localizar a origem das armas adquiridas por Wellington e entender o que motivou o rapaz a cometer os crimes. O massacre em Realengo também ganhou uma página na Wikipédia com detalhes sobre o caso.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasComputadoresMetrópoles globaisRio de Janeiroseguranca-digitalViolência urbana

Mais de Tecnologia

Gigantes das redes sociais lucram com ampla vigilância dos usuários, aponta FTC

Satélites da SpaceX estão causando interferência nos equipamentos de pesquisadores, diz instituto

Desempenho do iPhone 16 chama atenção e consumidores preferem modelo básico em comparação ao Pro

iPhone 16 chega às lojas – mas os recursos de inteligência artificial da Apple, não