(MM Productions/Thinkstock)
Lucas Agrela
Publicado em 19 de fevereiro de 2018 às 11h35.
A ciência sempre se interessou pela maneira como o ser humano interage com a arte – e agora ela está mais perto dessa compreensão: pesquisadores encontraram uma forma de identificar qual música está sendo escutada por alguém utilizando ressonância magnética, que mede o fluxo de sangue e atividade cerebral.
O experimento, liderado por um time de cientistas brasileiros, finlandeses, alemães e indianos, se baseou em um modelo de codificação e decodificação. Um sistema de computador monitorou padrões de atividade cerebral causados por músicas específicas – quais partes da mente se ‘acendiam’, e quanto – e então tentaram identificar a música correta utilizando apenas ressonância magnética.
Seis voluntários ouviram quarenta canções – música clássica, rock, pop, jazz e outros gêneros. O software ligado à máquina de ressonância magnética foi treinada para medir a atividade cerebral em relação a construções musicais que incluíam tonalidade, dinâmica, ritmo e timbre.
Com a análise completa, algumas das músicas eram repetidas – e o sistema precisava adivinhar quais eram as canções escolhidas. Com duas opções possíveis, o computador acertou 85% das vezes. Com dez opções, 74%.
Dentre as descobertas do estudo, foi possível entender que os participantes não mostravam uma “preferência de hemisfério” para processar as músicas. A técnica também pode ser usada, futuramente, para entender quais refrãos e melodias são preferidos pelas pessoas – e porque algumas apaixonam-se por certas canções, enquanto outras não sentem nada. Um prato cheio para as gravadoras. E, quem sabe, em um futuro distante, a composição de músicas com o próprio pensamento.
O estudo completo foi publicado no periódico Scientific Reports.
Este conteúdo foi originalmente publicado na Superinteressante