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Como válvula de escape na quarentena, redes sociais crescem no mundo

Os aplicativos de redes sociais, como o Pinterest, registram picos históricos de interações em meio à pandemia do novo coronavírus

Pinterest: rede sociail teve pico de interações na quarentena (Pixabay/Mohamed Hassan/Divulgação)

Pinterest: rede sociail teve pico de interações na quarentena (Pixabay/Mohamed Hassan/Divulgação)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 4 de abril de 2020 às 05h55.

Última atualização em 4 de abril de 2020 às 05h55.

Em um período de quarentena global, com mais de 2 milhões de pessoas em casa para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus, as redes sociais têm se mostrado como uma válvula de escape para ter contato com amigos e família, bem como para aprender novas brincadeiras ou habilidades, como cozinhar.

Um estudo da consultoria Kantar, com dados de mais de 25.000 pessoas em 30 mercados entre os dias 14 e 24 de março, indica que Facebook, WhatsApp e Instagram tiveram um crescimento de cerca de 40% no período.

Em um artigo sobre isolamento social, a Associação Americana de Psicologia cita uma análise de estudos científicos sobre falta de conexões sociais de coautoria de Julianne Holt-Lunstad, professor de psicologia e neurociência na Universidade Brigham Young. A pesquisa indica que o isolamento social pode trazer riscos à saúde, como desenvolver hábito de fumar 15 cigarros por dia ou alcoolismo. Fora isso, o estudo mostra ainda que a solidão e o isolamento social são duas vezes mais danosos à saúde física e mental do que a obesidade.

Nesse contexto em que a conexão digital se torna mais importante do que nunca, não só as redes sociais do Facebook crescem. O rival Pinterest, que tem hoje 38 milhões de usuários no Brasil, teve uma alta histórica de interações durante as primeiras semanas da quarentena. . “Se há um retorno positivo, do ponto de vista empresarial, nunca tivemos um engajamento tão alto quanto agora. As pessoas têm buscado muitas dicas de alívio de estresse, atividades para fazer em casa, receitas fáceis, como trabalhar e lidar com as crianças em casa”, afirma Mariana Sensini, diretora de crescimento do Pinterest para Brasil e América Latina, em entrevista à EXAME. “Claramente as buscam que mais crescem são aquelas que auxiliam as pessoas em temas relacionados à quarentena. Mães procuram, por exemplo, brincadeiras para entreter os filhos. O Pinterest tem se mostrado uma plataforma funcional ajudando as pessoas nesse momento de pandemia de coronavírus.”

O Pinterest é uma rede social diferente das demais. Em vez ser um espaço virtual para compartilhar os momentos marcantes do seu dia a dia, o aplicativo é uma plataforma digital de descoberta virtual. “Um dos principais focos do Pinterest é ser uma ferramenta de descoberta visual. As palavras nem sempre são o suficiente para descrever os desejos e as imagens ajudam nisso”, diz Sensini.

O Instagram também busca formas de estimular publicações positivas e ajudar os usuários a se conectar com amigos e conteúdos importantes. Logo nos primeiros dias da quarentena, a rede social lançou um adeviso com os dizeres “Em casa” para que as pessoas continuassem a publicar fotos do dia a dia, ainda que sem sair da residência. O Instagram chegou a lançar um recurso chamado co-watching, que permite mostrar imagens para um amigo durante uma videochamada feita dentro do próprio app do Instagram.

Para lidar com o distanciamento físico de outras pessoas, a Mental Health Foundation, instituição de caridade do Reino Unido que promove a manutenção da saúde mental há 70 anos, recomenda a conexão com amigos e entes queridos durante o período de isolamento social que ajuda a combater a pandemia do novo coronavírus. “Esteja em contato com outras pessoas regularmente por meio de redes sociais, e-mail ou telefone. Essas são boas formas de manter-se perto das pessoas que são importantes para você”, segundo a fundação.

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