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Como será a segunda tentativa da Xiaomi no Brasil

Smartphones Android chamados Pocophone F1 e Redmi Note 6 Pro devem chegar ao mercado nacional em março deste ano pelas mãos da DL

Logotipo da empresa da Xiaomi é exibido em seu smartphone durante um evento anunciando uma aliança estratégica entre a CK Hutchison e a Xiaomi em Hong Kong, China em 3 de maio de 2018.  (Bobby Yip / File Photo/Reuters) (Bobby Yip/Reuters)

Logotipo da empresa da Xiaomi é exibido em seu smartphone durante um evento anunciando uma aliança estratégica entre a CK Hutchison e a Xiaomi em Hong Kong, China em 3 de maio de 2018. (Bobby Yip / File Photo/Reuters) (Bobby Yip/Reuters)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 20 de fevereiro de 2019 às 15h02.

Última atualização em 20 de fevereiro de 2019 às 15h30.

São Paulo – A segunda tentativa da Xiaomi no Brasil será bem diferente da primeira, feita em 2015, que teve foco na venda de smartphones via internet. Agora pelas mãos da DL, a marca chegará com estratégia voltada ao ponto de venda, ou seja, a aposta é nas lojas físicas para que os dois novos produtos, Pocophone F1 e Redmi Note 6 Pro, não tenham o mesmo destino da linha Redmi 2, que lentamente sumiu do mercado.

Luciano Neto, gerente de produtos da DL, disse, em entrevista a EXAME, que a ideia é fazer com que as pessoas percebam que os smartphones da Xiaomi – uma das fabricantes chinesas que mais cresce globalmente – são de qualidade.

"Começaremos o trabalho no Brasil com configuração mínima dispositivos com 4 GB de RAM e 64 GB. O Brasil tem carência de produtos com configurações boas com preço justo. É por isso que escolhemos esses dois primeiros produtos", afirmou Neto.

A DL ficará responsável por questões legais quanto à regulação, como utilização de carregadores no padrão brasileiro, bem como pela venda para varejistas e assistência técnica. Vale notar que os aparelhos da Xiaomi que forem comprados via importação não terão o amparo da assistência técnica da DL, informou Neto.

A expectativa da empresa é de que tanto o Pocophone F1 quanto o Redmi Note 6 pro cheguem ao mercado já no mês de março. Ainda assim, eles não têm preços definidos.

Renato Murari, analista sênior na consultoria IDC, conta que o mercado brasileiro ainda precisa conhecer a marca da Xiaomi. Em um levantamento recente da consultoria, a lembrança da empresa foi de menos de 1% no Brasil.

"Vai ser uma briga feia. Não será fácil para a Xiaomi. 95% do mercado consolidado está nas mãos de cinco fabricantes: Samsung, Motorola, Apple, LG e Asus", disse Murari, em entrevista a EXAME. "Hoje, o usuário de smartphone está no segundo ou terceiro aparelho. Ele busca informações para comprar seu smartphone. As pessoas que procuram por especificações técnicas melhoradas e têm acesso a informações, o que pode acelerar a presença da Xiaomi no mercado brasileiro."

O analista vê como positiva a notícia da parceria com a DL, que já conhece os canais de distribuição brasileiros, mesmo que ela ainda não atue na venda de smartphones, apenas feature phones. Segundo Murari, os produtos escolhidos para a volta da marca ao país chegarão dentro de um valor médio que o consumidor está disposto a pagar, entre 1.300 e 1.600 reais.

A Xiaomi não é a única das grandes fabricantes chinesas de olho no Brasil. A Huawei, terceira empresa que mais vende smartphones no mundo, segundo a consultoria Canalys, também tenta entrar no mercado brasileiro. Inicialmente, a empreitada – que não seria a primeira – aconteceria em parceria com a Positivo Tecnologia, mas o acordo foi cancelado antes mesmo de começar a valer. Por enquanto, ao que tudo indica, a primeira a chegar por aqui será mesmo a Xiaomi. Se essa segunda tentativa dará certo, só o tempo dirá. A história já mostrou que as pessoas precisam ter contato com os produtos que irão comprar e parece que desta vez a Xiaomi entendeu o recado.

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