PewDiePie: sueco Felix Kjellberg ganhou 7,4 milhões de dólares em 2014 (Getty Images)
Lucas Agrela
Publicado em 10 de setembro de 2015 às 18h22.
São Paulo – Nesta semana, PewDiePie bateu o recorde do YouTube ao atingir 10 bilhões de visualizações em seu canal. O produtor de vídeos tem mais duas mil de publicações no site e, na maioria delas, joga games e faz narrações efusivas, com direito a gritos.
Com esse modelo, só no ano passado, PewDiePie (Felix Kjellberg) ganhou 7,4 milhões de dólares com o seu canal no YouTube, segundo ele próprio. Mas como Kjellberg conseguiu tamanho sucesso em sua empreitada audiovisual? Como mostra o Game Theory, alguns fatores foram essenciais para a sua popularidade.
A produção de vídeos começou há seis anos, quando Kjellberg morava na Suécia, seu país natal. Em 2011, o gamer iniciou um relacionamento com a italiana Marzia Bisognin. Durante o namoro, PewDiePie passava algum tempo na Itália e publicava alguns vídeos de lá – e também da Suécia. Já em 2013, ele se mudou com Marzia para a Inglaterra. O país, aliás, foi escolhido pela melhor qualidade de internet que oferecia à época da mudança.
O algoritmo de promoção do YouTube funciona, primeiramente, recomendando conteúdos regionalmente. Com isso, o canal do gamer obteve projeção em três países diferentes nos últimos anos. Claro que a fluência no inglês o ajudou a obter ainda mais audência.
Nos seus primórdios, o YouTube era um site com muitos vídeos com imagens de capa (thumbnails) enganosas. Por exemplo, um vídeo de receita de bolo trazia a imagem de uma mulher de biquini – que não aparecia em momento algum.
Com isso, o YouTube começou a promover os conteúdos mais longos, que não requerem artifícios como esses e precisam de menos tempo para ficarem prontos. Enquanto um vídeo profissional precisa de horas, dias ou até semanas para ser publicado, um gameplay, como os de PewDiePie, pode ser produzido com agilidade e maior volume.
Os 39 milhões de inscritos no canal de Kjellberg recebem atualizações por e-mail sobre seus novos vídeos. Esse número garante, ao menos, algumas dezenas de milhares de visualizações em cada conteúdo publicado.
Mas conseguir tantos fãs requer algo menos subjetivo do que outros motivos listados acima: as pessoas precisam gostar tanto de Kjellberg quanto dos vídeos que ele faz. O fato de que ele conseguiu ressucitar as vendas do jogo Skate 3 praticamente sozinho, ao ponto de que a Electronic Arts precisou produzir mais cópias para atender à demanda de mercado, é um bom indicador de que boa parte dos seus inscritos apreciam o seu trabalho.
Se você ficou empolgado com a ideia de criar um canal no YouTube, o próprio Google mantém uma página que oferece dicas para criadores de conteúdos. No entanto, PewDiePie precisou publicar mais de 2 mil vídeos nos últimos seis anos, o que implica um investimento de longo prazo – e no mercado certo.
O projeto, se bem sucedido, pode resultar em um trabalho lucrativo. Como reportou o jornal Folha de S. Paulo, Pedro Afonso Rezende, de 19 anos, atingiu 1 bilhão de visualizações em seu canal e disse ganhar 1 milhão de reais por ano com anúncios no YouTube. A renda ainda é complementada em até 60% por participações em eventos e propagandas.