São Paulo – O carro mais rápido do mundo começa a ser montado a partir desta semana em Northampton, no Reino Unido. O Bloodhound SSC (Super Sonic Car), que há três anos vem sendo projetado por engenheiros britânicos, promete ser mais rápido que uma bala em movimento, atingindo incríveis 1600km/h. Para se ter uma ideia do tamanho do desafio, aviões comerciais da Boeing e da Airbus costumam viajar a uma velocidade de cruzeiro equivalente à metade disso.

Para conseguir superar o recorde mundial de 1228km/h, registrado em 1997 pelo também britânico Thrust SSC, o Bloodhound contará com duas usinas de energia, localizadas na traseira do carro. Uma delas é uma turbina, usada nos caças da Força Aérea Real e que produz propulsão de 9 toneladas. A outra, mais inacreditável, é um foguete híbrido Falcon, que cria propulsão de 12 toneladas. O foguete é o maior protótipo da categoria já produzido no Reino Unido, e foi idealizado por um prodígio da engenharia, Daniel Jubb, que aos 13 anos largou os estudos para se dedicar a produção de foguetes para o exército britânico.

Juntos, turbina e foguete vão criar 135 mil cavalos de potência, que vão levar o Bloodhound à velocidade máxima de 1600km/h em apenas 45 segundos, sobre rodas que vão girar 10 mil vezes por minuto e aros que vão ter que suportar 50 mil vezes a força da gravidade.

A equipe responsável pelo projeto é liderada pelo mesmo engenheiro criador do Thrust SSC, Richard Noble. O time precisou desenvolver toda a estrutura mecânica e aerodinâmica que vai contribuir para que o carro a quebre a barreira do som. O evento deve acontecer em 2013, em Hakskeen Park, lago seco localizado na África do Sul.

A versão apresentada essa semana nos galpões da empresa Cosworth é o resultado de 10 tentativas de projeto. Quando ficar pronto, o carro será dirigido pelo piloto da força aérea Andy Green. Experiente, Green foi o piloto responsável pela quebra da barreira do som com o Thrust e agora tentar superar a própria marca.

O projeto de fabricar mais um carro de altíssima velocidade começou a ser discutido por Noble e Green em 2007, a pedido de autoridades britânicas que queriam um projeto que pudesse servir de ícone da engenharia do país, que vive uma crise de falta de mão de obra no setor. O objetivo final do Bloodhound é, portanto, inspirar e influenciar jovens a seguir carreira na engenharia. Entre as empresas que financiam o projeto, estão a fabricante de chips Intel e a empresa de armamentos Lockheed Martin.