(Michael Short/Bloomberg)
Victor Caputo
Publicado em 12 de janeiro de 2018 às 12h43.
Última atualização em 12 de janeiro de 2018 às 13h22.
São Paulo – Em uma longa publicação feita por Mark Zuckerberg em sua página de Facebook, o cofundador da rede social explicou que, a partir de hoje, ajustes serão realizados com o objetivo de deixar o Facebook mais próximo de suas raízes.
“Recentemente recebemos feedback de nossa comunidade que conteúdo público – posts de negócios, marcas e mídia – está nos dispersando dos momentos pessoais que nos levam a nos conectar uns com os outros”, explica Zuckerberg.
A ideia, explica o executivo, é priorizar conteúdo que ajude na formação de laços e que sirva como início de interação social. “(...) o equilíbrio do que está no Feed de Notícias fugiu do que o Facebook faz de mais importante – nos ajudar a conectar uns com os outros.”
O Facebook usa regras para decidir o que mostrar para seus usuários. Interação com amigos e o que esses amigos curtem ou compartilham moldam a página de cada usuário da rede social.
Adam Massari, chefe do Feed de Notícias, explica que entre esses “sinais” estão informações como “quantas pessoas reagiram, comentaram ou compartilharam postagens”. A partir de agora, porém, o potencial de gerar conversas e interações sociais serão levadas em conta.
Mas como exatamente o seu Facebook vai mudar?
A passagem mais esclarecedora do texto de Zuckerberg talvez seja a seguinte: “As primeiras mudanças que você verá será no Feed de Notícias, onde você pode esperar ver mais coisas de amigos, familiares e grupos”.
A proposta inicial (ainda não é possível comprovar, já que as mudanças foram anunciadas hoje) é que o usuário do Facebook veja menos publicações feitas por páginas de marcas, de veículos da imprensa (como a do site EXAME), ou de estabelecimentos comerciais.
Conteúdos dessas páginas serão priorizados em casos que incentivem a interação social. Zuckerberg cita como exemplos de conteúdos que geram interesse e debate social: séries de televisão, times de modalidades esportivas, entre outros. Ele sugere, portanto, que páginas desses tipos ainda devem aparecer constantemente no Feed de Notícias.
Espere, portanto, um aumento no número de publicações feitas por seus amigos e familiares, em vez de um número grande de postagens de marcas ou páginas.
Outra modalidade que deve aparecer bastante, sugere Zuckerberg, é de vídeos ao vivo transmitidos no Facebook. Esse tipo de conteúdo, costuma trazer interação entre os usuários da rede, superando em seis vezes a interação em comparação com vídeos que não sejam ao vivo.
As mudanças chegam após um grande estudo que contou com incentivo do Facebook. Esse estudo, vale dizer, é citado por Zuckerberg em seu texto.
Divulgado no ano passado, o material afirmava que o Facebook, apesar de ter efeito positivo em seus usuários, pode também trazer consequências mais desoladoras. Ao escorregar pelo Feed de Notícias e não interagir com nada, o usuário, diz o estudo, pode se sentir mal.
Mas qual tipo de conteúdo incentiva uma postura mais passiva dos usuários do Facebook? São exatamente atividades como assistir a vídeos, ler notícias ou ver atualizações de páginas, escreve Mark Zuckerberg.
“Nós sentimos a responsabilidade de assegurar que nosso serviço não seja somente divertido de usar, mas também bom para o bem-estar das pessoas”, escreve.
Entre o anúncio e suas explicações, Mark Zuckerberg deu uma informação quase surpreendente. O CEO disse esperar que o tempo gasto na rede social caia. Indicadores de engajamento também podem mostrar números piores. A explicação vem em caráter preventivo para investidores.