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Como a Oracle se tornou a favorita para comprar o TikTok nos EUA

Aplicativo chinês é bastante popular nos EUA e tem caso acompanhado de perto pelo presidente Trump

Hoje, as discussões do governo Trump sobre o destino do TikTok estão sendo supervisionadas pelo vice-presidente JD Vance (Anthony Kwan/Getty Images)

Hoje, as discussões do governo Trump sobre o destino do TikTok estão sendo supervisionadas pelo vice-presidente JD Vance (Anthony Kwan/Getty Images)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter

Publicado em 20 de março de 2025 às 00h57.

A Oracle está avaliando comprar as operações do TikTok nos EUA, numa ação que garantiria o funcionamento do popular aplicativo na maior economia do mundo. Na teoria, o app, da chinesa ByteDance, tem menos de três semanas para encontrar um comprador para seus negócios nos EUA ou então será obrigado a sair do país. Na teoria.

Segundo a Bloomberg, a transação precisaria do aval do governo Trump e da China, que já adiantou que não vai abrir mão que o algoritmo do TikTok fique sob o controle de Pequim.

A Oracle já trabalha com o TikTok para proteger dados de usuários dos EUA como parte de uma parceria chamada Projeto Texas, e não está claro o que mais mudaria no aplicativo ou em sua comunicação com a ByteDance, sediada em Pequim, com a nova proposta.

Deixar a ByteDance ficar com o algoritmo tornaria mais fácil um acordo com a empresa e as autoridades chinesas, mas correria o risco de não cumprir a lei assinada no ano passado pelo presidente Joe Biden. Também continuariam as preocupações dos EUA de que a China poderia acessar dados confidenciais ou usar o aplicativo para espalhar propaganda — alegações que a ByteDance e autoridades em Pequim sempre negaram.

Mercado estratégico

Os EUA são um dos mercados mais importantes do TikTok. O aplicativo nos EUA foi estimado no ano passado em US$ 50 bilhões.

Entre os interessados na operação do TikTokn os EUA estão um grupo formado pelo bilionário Frank McCourt e o cofundador do Reddit Alexis Ohanian, além de outro com a estrela do YouTube MrBeast.

Existe também uma oferta de fusão da Perplexity AI, sediada em São Francisco, com aplicativo chinês. Outro interessado pode ser um grupo que inclui a Microsoft.

Autoridades chinesas avaliaram um cenário em que Elon Musk compraria o TikTok nos EUA, mas o conselheiro de Trump já disse que não está interessado.

Escolha de Trump

A Oracle foi a escolha original de Trump para comprar o TikTok da ByteDance em 2020, quando ele tentou sem sucesso banir o aplicativo por questões de segurança nacional. Os esforços dos EUA para fazer a ByteDance vender seus ativos americanos para um consórcio que incluía a Oracle e o Walmart fracassaram nos meses finais de seu primeiro mandato - isso em meio a contestações legais da ByteDance e à crescente pandemia de Covid-19.

Desde então, a Oracle construiu um negócio significativo de infraestrutura em nuvem com o TikTok. A consultoria Evercore ISI estima que a receita anual da empresa com o TikTok pode agora estar na faixa de US$ 500 milhões a US$ 800 milhões. A Oracle também foi escolhida para ajudar o aplicativo a isolar dados confidenciais de usuários dos EUA da ByteDance, embora esse plano não tenha obtido aceitação dos reguladores em Washington.

Outra ideia para o TiktTok

Em seu retorno à Casa Branca, Trump abandonou suas exigências de proibição do TikTok - ele chegou a creditar o aplicativo por impulsionar o alcance de sua campanha de 2024 para eleitores mais jovens. Desde que assumiu o cargo em janeiro, ele já estendeu o prazo da venda uma vez e indicou que está aberto a fazê-lo novamente, mas disse que acredita que um acordo é possível. O presidente bate na tecla da "importância de ter o aplicativo de vídeos nos EUA".

Hoje, as discussões do governo Trump sobre o destino do TikTok estão sendo supervisionadas pelo vice-presidente JD Vance e seus assessores.

Na última sexta-feira, Vance disse que esperava que Trump concluísse o que chamou de "acordo de alto nível" para criar "uma empresa distinta do TikTok americano" que abordasse as preocupações de segurança em torno das conexões chinesas com o aplicativo.

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