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Cometemos alguns erros, diz CEO da Zoom sobre vazamento de conversas

Milhares de conversas de vídeo de usuários do aplicativo foram disponibilizadas na internet

Zoom: aplicativo guardava as conversas dos usuários em uma pasta online desprotegida de senha (NurPhoto/Getty Images)

Zoom: aplicativo guardava as conversas dos usuários em uma pasta online desprotegida de senha (NurPhoto/Getty Images)

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Rodrigo Loureiro

Publicado em 6 de abril de 2020 às 15h06.

Última atualização em 6 de abril de 2020 às 22h39.

A Zoom se pronunciou sobre as denúncias de que a empresa que trabalha com um aplicativo para a realização de videoconferências permitiu que conversas privadas dos usuários da plataforma fossem vazadas na internet. “Cometemos alguns erros”, afirmou Eric Yuan, CEO da companhia, para a CNN.

Na entrevista em que admite a falha, Yuan afirma que a companhia “cresceu muito rápido” e que agora vai voltar seus olhos para as questões relacionadas com a guarda de dados pessoais dos usuários. “Aprendemos nossa lição, vamos dar um passo para trás e concentrar esforços em privacidade e segurança digital”, afirma.

Ao jornal americano The Wall Street Journal, o executivo afirmou que “realmente errou como CEO” e que é sua “obrigação reconquistar a confiança dos usuários”

Startup americana que trabalha com um aplicativo de chamadas de vídeo, a Zoom Video Communications se beneficiou da crise do novo coronavírus. O número de acesso diários ao serviço passou de 10 milhões para 200 milhões por dia em apenas algumas semanas. As ações subiram mais de 60% no ano. Parecia a tempestade perfeita. Só parecia.

Reportado pelo jornal americano The Washington Post, o caso ganhou notoriedade por sua dimensão. Eram milhares de vídeos divulgados na internet sem qualquer permissão expressa dos usuários do serviço. São conversas em que os internautas expõem informações pessoais e até íntimas uns para os outros.

O problema ocorre porque as conversas do Zoom podem ser gravadas, se o usuário assim desejar. O arquivo é guardado na própria memória do dispositivo utilizado pelo usuário ou um servidor da própria empresa. O problema se dá neste segundo cenário. A pasta usada para a guarda dos arquivos estava desprotegida e poderia ser acessada por qualquer pessoa.

Para piorar, pesquisadores da Universidade de Toronto realizaram um estudo sobre a privacidade da Zoom e concluíram que a empresa tem servidores na China que podem ser usados mesmo em conversas sem relação alguma com o país. A recomendação é de que o serviço não seja utilizado para tratar sobre temas confidenciais.

Felizmente não é difícil encontrar programas que podem substituir a plataforma para a realização de chamadas de vídeo. Google Hangouts, Microsoft Teams, Cisco Webex e até o WhatsApp e o Messenger, do Facebook, contam com a função.

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