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Comércio de drones coloca 24 estados americanos em disputa

Ideia de ter drones entregando pacotes e espalhando sementes desencadeou uma corrida entre 24 estados para abertura de instalações de testes


	Drone Amazon PrimeAir: estados estão buscando empregos de pesquisa para usos domésticos dos drones
 (Amazon.com/Divulgação via Reuters)

Drone Amazon PrimeAir: estados estão buscando empregos de pesquisa para usos domésticos dos drones (Amazon.com/Divulgação via Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2013 às 17h31.

Austin - A ideia de ter drones cortando o céu, entregando pacotes e espalhando sementes, desencadeou uma corrida entre 24 estados americanos por permissões para a abertura de instalações de testes com o objetivo de avaliar se essas naves não tripuladas podem conviver com aviões de passageiros.

De Massachusetts à Califórnia, os estados estão buscando construir e administrar centros onde empresas privadas de pesquisa estudarão como operar drones sem que haja choques com aviões ou casas. A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês), como preparação para uma decisão a respeito da abertura do céu para estes robôs, diz que planeja selecionar seis locais neste mês.

Os EUA usam drones há anos para caçar terroristas em países como Paquistão e Afeganistão. Agora os estados estão buscando empregos de pesquisa para usos domésticos, como detecção de incêndios florestais, gravação de filmes, lançamento de sementes e, como previsto pelo fundador da Amazon.com Inc., Jeff Bezos, entrega de pacotes nas residências. As autoridades dizem que os locais de testes atrairiam fabricantes.

“Quando você tem um local de teste, isso realmente te estimula a participar do crescimento da indústria por um longo período”, disse Stephen McKeever, secretário de ciência e inovação de Oklahoma, que está liderando um esforço para obter a aprovação da FAA. “Esta deverá ser a maior área de crescimento da indústria aeroespacial em termos de novos empregos e novas linhas de produtos”.

A principal barreira para um maior uso nos EUA é a questão de como evitar que os drones se choquem com os 70 mil aviões tripulados que voam por dia. Os cidadãos e alguns legisladores estaduais também estão tentando conter a introdução de drones ou limitar seus recursos, dizendo que eles ameaçam a privacidade.

Começando por baixo

A FAA aprovou cerca de mil permissões para voos de drones não comerciais e emitiu ordens para que aqueles que operam sem permissão deixem de fazê-lo. O Congresso orientou a agência a definir regras para drones com peso menor que 24,9 quilos e começar a integrá-los ao espaço aéreo até 2015. Os legisladores também exigiram seis locais de testes.


Haverá quase 250 mil aviões domésticos não tripulados em uso nos EUA em 2035, mostrou um estudo do Departamento de Transportes do país. A indústria de drones diz que regras flexíveis podem levar à criação de 70 mil empregos em três anos. As despesas com drones civis e militares ao redor do mundo deverão totalizar US$ 89 bilhões na próxima década, segundo uma previsão da Teal Group Corp., empresa de pesquisa aeroespacial com sede em Fairfax, Virgínia.

Atração de empresas

“Se nós construirmos um local de testes, entendemos que poderemos atrair cinco a dez empresas do estado, envolvendo fabricação ou serviços relacionados a sistemas aéreos não tripulados”, disse Kyle Snyder, funcionário da Universidade da Carolina do Norte em Raleigh, que está trabalhando com a agência estatal de desenvolvimento econômico dos EUA em uma oferta. “Nosso estado é forte no desenvolvimento de software e análise de dados, e é aí que esperamos ver o aumento de empregos”.

Entre as grandes fabricantes de drones estão a Northrop Grumman Corp., a General Atomics Aeronautical Systems Inc. e a AeroVironment Inc. O estado do Texas estima que um local de testes custará em torno de US$ 50 milhões em cinco anos para edificações, equipamentos e despesas operacionais, disse Luis Cifuentes, vice-presidente da Universidade Texas A&M na cidade texana de Corpus Christi, que está ajudando o estado a vender por conta própria.

Algumas comunidades estão mais preocupadas a respeito de violações de privacidade do que atraídas pela promessa de empregos. No Texas, cidadãos e líderes políticos de um possível local de testes se uniram contra o projeto. O conselho da cidade de Alpine, na parte oeste do estado, próximo à fronteira com o México, proibiu que o seu aeroporto seja usado por uma instalação de testes.

“O projeto significa identificar carros e pessoas andando por aí, desfrutando de sua noite e de seus quintais?”, disse o prefeito Avinash Rangra. “Serão 24 horas por dia, sete dias por semana? Nós perguntamos sobre o uso de visão noturna. As respostas não foram divulgadas”. As autoridades do Texas disseram que encontrariam outro lugar para a realização dos testes.

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