Ações da IBM estão próximas de recorde histórico em uma década. (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)
Redator na Exame
Publicado em 12 de setembro de 2024 às 07h19.
A IBM está prestes a atingir seu maior valor de mercado em mais de uma década, impulsionada por uma valorização de 26% em suas ações neste ano. A gigante da tecnologia, uma das mais tradicionais do setor, superou nomes como Apple, Microsoft, Amazon e Alphabet, e está a menos de 1% de seu recorde histórico registrado em 2013. Esse desempenho é fruto da mudança de foco da empresa, que deixou de lado seu histórico como fabricante de hardware para se concentrar em software e inteligência artificial.
De acordo com a Bloomberg, o último relatório de ganhos da IBM mostrou que as receitas de consultoria e software de IA dobraram em relação ao trimestre anterior, o que ajudou a impulsionar as expectativas de crescimento da empresa. Desde a aquisição da Red Hat em 2019 e da Apptio em 2022, a IBM tem buscado aumentar sua participação no mercado de software, um setor com margens de lucro mais atrativas e menos volatilidade do que o de hardware.
A recente aquisição da Hashicorp, empresa de soluções em nuvem, também fortaleceu a posição da IBM como uma empresa bem posicionada para se beneficiar do crescimento de tecnologias de inteligência artificial. A aposta no mercado de IA colocou a IBM como uma alternativa para investidores que buscam exposição a esse setor, mas com menos volatilidade do que empresas como Nvidia, que são mais populares no mercado.
Além disso, o ambiente macroeconômico tem sido favorável para a IBM. A expectativa de uma possível redução nas taxas de juros pelo Federal Reserve pode tornar ações de empresas com valuations mais baixos e que pagam dividendos, como a IBM, mais atraentes para investidores. Atualmente, o retorno de dividendos da IBM é de 3,3%, um dos mais elevados do setor de tecnologia no índice S&P 500.
Apesar do desempenho positivo, os analistas não esperam que a IBM alcance o mesmo nível de crescimento de empresas como Nvidia. Menos da metade dos 23 analistas que acompanham a empresa recomendam a compra das ações. A dúvida gira em torno da capacidade da IBM de acelerar seu crescimento, especialmente em áreas como a inteligência artificial, que ainda representa uma pequena parcela de sua receita total.
Mesmo assim, para investidores com foco de longo prazo ou que buscam uma carteira de dividendos estáveis, a IBM surge como uma opção sólida. A empresa oferece previsibilidade em seus resultados e tem atraído investidores que buscam equilibrar seus portfólios tecnológicos com ações menos voláteis e mais focadas em estabilidade financeira.
Com o avanço no setor de IA e a aposta em software, a IBM tem mostrado que, mesmo após décadas de atuação, ainda consegue se reinventar e atrair a atenção do mercado. O futuro da empresa pode depender de sua capacidade de continuar inovando e ampliando sua presença no crescente mercado de inteligência artificial e tecnologia em nuvem.