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Apresentado por JBS

Com mais tecnologia, a indústria de alimentos está destravando nós logísticos

Primeira plataforma digital para compra de gado no país – e uma especialista digital que atende às demandas dos varejistas – espelham a inclinação do setor pela inovação 

 (Helder Faria/Getty Images)

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EXAME Solutions
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Publicado em 17 de agosto de 2023 às 09h00.

Última atualização em 24 de agosto de 2023 às 11h22.

Indústria 4.0 se traduz em enorme oportunidade para companhias dos mais diversos setores. Para quem não sabe do que se trata, essa nova etapa é um conjunto de sistemas e tecnologias que permite controlar e conhecer em profundidade tudo que acontece no dia a dia das fábricas e até na cadeia de suprimentos.

Na Indústria 4.0, quase tudo é feito com a ajuda de sensores, sistemas automatizados e softwares avançados. Também é preciso coletar e analisar dados e mais dados – só assim é possível tomar decisões com segurança e agilidade.

As empresas que conseguem fazer parte dessa Quarta Revolução Industrial dão saltos de produtividade que as colocam em outro patamar. Estudos da consultoria McKinsey apontam que os ganhos em produtividade atrelados à adoção de novas tecnologias podem chegar a 26%.

De acordo com o estudo Oportunidades para a Indústria 4.0, apresentado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o emprego de tecnologias digitais pode reduzir consideravelmente a lacuna de produtividade que separa o Brasil dos países desenvolvidos.

“As principais nações industrializadas inseriram o desenvolvimento da Indústria 4.0 no centro de suas estratégias de política industrial para preservar e aumentar a competitividade”, analisa Robson Braga de Andrade, presidente da CNI. “O Brasil precisa fazer o mesmo.”

A CNI lançou o estudo com objetivo de contribuir com o debate sobre a Indústria 4.0 no Brasil e com a construção de ações voltadas para o desenvolvimento e aplicação das tecnologias digitais na indústria nacional.

Neste mesmo relatório, o setor alimentício aparece com maior potencial para liderar a adoção de novas tecnologias – de inteligência artificial à Internet das Coisas. O segmento, afinal, é o que está mais aberto, hoje em dia, à transformação digital. Raras são as empresas que não apostam nela e ainda assim conseguem se manter competitivas.

“Nenhuma empresa é líder de seu setor se não estiver circundada por soluções digitais”, afirma Jefferson Gomes, diretor de inovação e tecnologia do Senai. “E a digitalização é encarada como ferramenta estratégica para o desenvolvimento sustentável e resiliente.” Não por acaso, 69% das empresas brasileiras já adotam alguma das 18 tecnologias da Indústria 4.0, segundo dados da Sondagem Especial Indústria 4.0 Cinco Anos Depois, lançado em 2022.

A Friboi, por exemplo, criou a primeira plataforma digital para compradores e produtores de gado no país que, em um único local e à palma da mão, têm acesso a documentações importantes da transação comercial e acompanham, passo a passo, tanto o transporte do gado para a indústria quanto os registros de performance no processamento. A novidade simplifica o relacionamento comercial com os produtores, permitindo que eles tenham acesso à marca com a mesma qualidade e velocidade. É como se existisse, hoje, um balcão digital para o relacionamento entre pecuária e indústria.

Friboi Pecuarista: app permite que os fornecedores façam análises dos rebanhos que foram adquiridos pela companhia (Friboi/Reprodução)

Apelidada de App Friboi Pecuarista, a novidade permite que os fornecedores façam análises dos rebanhos que foram adquiridos pela companhia. Eles têm acesso aos três critérios-base de avaliação de rebanho – peso, idade e gordura. Com as informações disponibilizadas, e o farol de qualidade que a Friboi utiliza (com sinais verde, vermelho e amarelo), o pecuarista pode tomar decisões mais assertivas e que melhorem a qualidade da carne que depois será repassada aos consumidores.

No final do ano passado, o aplicativo ganhou uma nova função. Ela permite que qualquer pessoa baixe o app e tenha acesso a conteúdos sobre pecuária e previsão do tempo. O objetivo é transformar o aplicativo em uma porta de entrada para novos fornecedores. Eles podem dar início ao cadastro com a Friboi com poucos toques – depois é só aguardar o contato do time de relacionamento.

Com o mesmo objetivo que a Friboi – destravar nós na cadeia de valor –, a Seara criou a Sofia (Seara Online Feita com Inteligência Artificial). A especialista digital funciona como um chatbot conectado ao WhatsApp e ajuda no relacionamento entre a equipe comercial da marca com os varejistas parceiros.

Lançada em 2020, Sofia responde em tempo real às demandas de varejistas que vendem ou desejam comercializar produtos da Seara. Mais de 1 milhão de mensagens já foram trocadas entre eles e a especialista digital. Com a ajuda da inteligência artificial, a companhia automatizou processos que antes só podiam ser disparados por um vendedor e em horário comercial.

A Sofia é capaz de informar, por exemplo, o status de pedidos e faturamentos e emitir segunda via de notas fiscais e boletos, além de dar dicas e responder a dúvidas frequentes. Que o setor de alimentos já faz parte da Indústria 4.0 ninguém tem dúvida.

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