Repórter
Publicado em 12 de março de 2025 às 11h57.
Última atualização em 12 de março de 2025 às 13h59.
A chegada do TikTok Shop ao Brasil pode ocorrer já em abril, antecipando a entrada da gigante asiática no maior mercado de e-commerce da América Latina. Inicialmente prevista para o final de 2025, a estreia da plataforma vem sendo acelerada após um lançamento bem-sucedido no México em fevereiro, onde já conta com integração com Mercado Pago e incentivos agressivos para vendedores.
O lançamento brasileiro seguirá os mesmos moldes do mexicano, incluindo 90 dias sem comissão para lojistas, frete grátis e restrição à venda de joias, alimentos e itens usados. O TikTok já iniciou convites para um grupo seleto de comerciantes testarem a plataforma antes da abertura ao público.
A chegada do TikTok Shop adiciona um novo fator de disputa no comércio eletrônico brasileiro, que já tem uma concorrência fragmentada e dominada por grandes players. Hoje, o Mercado Livre lidera o setor com quase 40% de participação de mercado, seguido por Magazine Luiza, Shopee e Amazon.
No México, onde a plataforma estreou em fevereiro, os primeiros dados indicam uma rápida adoção, especialmente em categorias como beleza, moda e itens para casa. Segundo análise do Santander, alguns influenciadores conseguiram faturar mais de US$ 7 mil poucos dias após o lançamento. Isso pode indicar um impacto direto sobre o mercado de marketplaces tradicionais, que dependem de tráfego pago para atrair consumidores.
Se o TikTok conseguir replicar esse sucesso no Brasil, o principal impacto pode ser sobre empresas como Magazine Luiza e Americanas, que enfrentam desafios financeiros e dependem fortemente de suas plataformas digitais. Além disso, a estratégia de isenção de comissão por três meses e incentivos para vendedores pode atrair lojistas que hoje operam na Shopee ou Mercado Livre, ampliando a concorrência no setor.
Enquanto a estratégia comercial do TikTok Shop se mostra agressiva, a questão logística ainda é um desafio. Concorrentes como Shopee e Shein enfrentaram dificuldades com prazos de entrega e altos custos de frete.
A diferença é que o TikTok vem demonstrando disposição para firmar parcerias locais, como fez no México ao integrar o Mercado Pago desde o primeiro dia. No Brasil, a aposta pode ser em colaborações com operadores logísticos ou marketplaces já estabelecidos, reduzindo barreiras de entrada e acelerando sua presença no país.
Se conseguir resolver essa questão, os analistas do Santander indicam que o TikTok Shop pode se tornar um dos maiores desafios enfrentados por Mercado Livre e Magazine Luiza nos últimos anos, transformando o e-commerce brasileiro com um modelo baseado no engajamento de influenciadores e na conversão direta dentro da plataforma.
Procurado, o TikTok não quis comentar.