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Com broadband até que dá jogo

Os clãs de games se expandem nas ondas da internet rápida

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h34.

Wudirickson, do Alpha-X: clã 100% banda largaImagine a cena: minutos finais de uma disputa de Quake. No placar 19 mortes para cada time e aquele que completar a vigésima será o vencedor. Um dos jogadores, usando um modem de 56 K, mira a sua última vítima e aperta o gatilho. A bala demora uma fração de segundo para ser disparada. Tempo suficiente para que o adversário escape ileso ao ataque e ainda consiga revidar, matando o seu inimigo... Game Over.

Para quem usa acesso à internet através do convencional modem de 56 K, essa cena é o retrato da realidade. Não é à toa que os fanáticos por jogos de computador estão se rendendo aos encantos das conexões em banda larga. Uma fração de segundo ou uma travada mínima que o micro dê pode ser fatal para o resultado da partida. "Jogar sem banda larga hoje é totalmente impraticável, é como jogar em câmera lenta", diz o programador Márcio Wudirickson, 23 anos, de São Paulo. Fissurado por games, há dois meses ele fundou um clã, o Alpha-X (www.alpha-x.com.br). Com 15 membros, todos usando acesso banda larga, o grupo se reúne virtualmente todos os dias para partidas de Counter-Strike, uma adaptação matadora do game de ação Half-Life, que já conquistou zilhões de adeptos no mundo dos jogos disputados online.

Clãs não são nenhuma novidade para gamemaníacos que se prezem. Eles explodiram com a internet, há anos, formando grupos enormes para disputas entre si ou com outros grupos, nos chamados clanfrontos - com o perdão do trocadilho infame. Agora estamos assistindo à ascensão da segunda geração dos clãs, a dos clãs da banda larga. As vantagens são incomparáveis. Enquanto no acesso convencional com modem o ping chega a 200 milissegundos, com a banda larga o tempo cai para 70 ou até 50 milissegundos. "Quando passei a usar uma conexão ADSL senti que a velocidade do jogo ficou pelo menos quatro vezes maior", diz Felipe de Souza, 20 anos, estudante de informática de Curitiba. Ele é um dos fundadores do clã Blood Brothers (www.bbclan.com.br) e passa as madrugadas disputando Counter-Strike, Quake II e Age of Empires.

Além da velocidade, a estabilidade da conexão é outro ponto para a banda larga. "Quando se está participando de uma competição e cai a conexão, o jogador perde pontos e cai na classificação geral do ranking. E ninguém quer ver o seu clã perdendo disputas", diz Fábio Silveira, 22 anos, quintanista de medicina, também de Curitiba. Ele integra o Fox Clan (www.thefoxclan.com) e desde o ano passado usa banda larga para jogar Age of Empires.

Apesar de existir muita rivalidade entre os vários clãs de jogatina, há também aqueles que levam tudo na brincadeira. O médico Carlos de Menezes Castro, 46 anos, de Porto Alegre, mais conhecido no mundo dos games como Zé do Bode, é um dos fundadores do CVN (www.cvnac tion.cjb.net), o Clã da Véia Nadir (no caso, sogra de Castro). Como o próprio nome já pode denunciar, a intenção do grupo é simplesmente se divertir nas partidas de Action Quake. Castro entrou no mundo dos games nos tempos do Duke Nukem, um dos primeiros jogos em rede. Mesmo na brincadeira, Castro não dispensa a banda larga. Adepto do acesso por cable modem, ele adaptou um dos computadores de sua casa para ser um servidor de jogo para os 15 membros ativos de seu clã. Quando os servidores clássicos estão muito cheios, Castro passa o seu número IP para o clã e todo mundo joga nele. Nestes casos, a velocidade fica ainda maior, com o ping podendo chegar a 20 milissegundos. Ou seja, o jogo rola praticamente em tempo real.

Eles servem jogatina
O mapa da mina dos bons parceiros e inimigos à altura na hora de jogar online está nos servidores de jogos. Neles, além de fazer as disputas, é possível encontrar fóruns de discussão, dicas e rankings.

Quando o assunto é Quake, o endereço certo é o Champion League for Quake (www.theclq.com). Lá é possível encontrar servidores do jogo e a lista dos melhores jogadores e clãs. Os aficionados de Unreal Tournament também têm um endereço só para eles, o Planet Unreal (www.planetunreal.com).

Aqui no Brasil o UOL Jogos (www.uol.com.br/jogos/servidores) oferece servidores para disputar Quake, Quake 2, Quake 3, Quake World, Half-Life, Unreal Tournament e Counter-Strike. O Zone, do MSN, o portal da Microsoft, também é um ótimo ponto de encontro para os fãs de Age of Empires (zone.msn.com/aoe). Uma dica: a sala Mesopotâmia é a mais freqüentada por jogadores daqui.

Outro endereço poderoso nessa área é o Cyberathlete Professional League (www.cpllatinamerica.com). Não se trata exatamente de um servidor, mas é um dos sites mais acessados por aqueles que querem ficar por dentro do mundo da jogatina online.

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