Tecnologia

Com big data e IA, China lidera "proptech" em edifícios inteligentes

Novas tecnologias, como big data e machine learning, ajudam indivíduos e empresas a comprar, vender e administrar imóveis

Vista noturna de Pequim: investimento em startups proptech totalizou US$ 7,8 bilhões de 2013 a 2017. (Mohr / ullstein bild/Getty Images)

Vista noturna de Pequim: investimento em startups proptech totalizou US$ 7,8 bilhões de 2013 a 2017. (Mohr / ullstein bild/Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 9 de julho de 2019 às 15h16.

Última atualização em 9 de julho de 2019 às 15h17.

As fintechs estão mudando a forma como as pessoas fazem empréstimos, investem e pagam pelas coisas. Mas há outro tipo de tecnologia - mais evidente na China - que está transformando como a população das cidades interage com seus espaços residenciais e de compras.

É a chamada tecnologia de propriedade ou "proptech" - o uso de novas tecnologias, como big data e machine learning, para ajudar indivíduos e empresas a comprar, vender e administrar imóveis.

Segundo a Jones Lang LaSalle, o investimento em startups proptech totalizou US$ 7,8 bilhões de 2013 a 2017 -- a China responde por uma fatia de 36% desse total. Em 2018, esse valor chegou a quase US$ 20 bilhões, segundo dados da empresa de pesquisa de mercado Venture Scanner.

"Na China, existe um ecossistema proptech muito dinâmico, bastante maduro e avançado em todos os níveis", disse Anthony Couse, CEO da Jones Lang LaSalle na Ásia, no primeiro fórum de proptech organizado em Pequim, em maio. "Alguns dizem que somos lentos, conservadores", disse, referindo-se ao setor imobiliário. "Não acho que isso se aplique à China."

Uma das razões mais citadas para a liderança da China em proptech é que o país tende a enfatizar mais a conveniência do que a privacidade. Isso torna mais fácil para empresas imobiliárias usarem bancos de dados de transações, câmeras de reconhecimento facial e outras tecnologias para melhorar as experiências de compra e modo de vida das pessoas, embora as incorporadoras ainda precisem ser cuidadosas sobre como acessam e usam dados pessoais para evitar alegações de violação da privacidade.

Confira abaixo algumas maneiras pelas quais as incorporadoras chinesas estão usando a Internet das coisas, inteligência artificial e big data para melhorar as experiências de moradia e de compras das pessoas:

Shopping Centers

A Dalian Wanda atualizou suas plataformas de gerenciamento de propriedade em dois shopping centers Wanda Plaza, com a instalação de câmeras que utilizam tecnologia de reconhecimento de comportamento para rastrear os movimentos dos consumidores dentro do shopping, como, por exemplo, por quanto tempo as pessoas ficam em uma loja e se saem com uma sacola na mão.

Serviços de Manutenção

Colocar sensores em torno de seus condomínios residenciais permitiu à construtora chinesa Longfor Group substituir um sistema de gestão de propriedade intensivo em mão de obra. Desenvolvido pelo braço de serviços da construtora com a tecnologia de Internet das coisas, o sistema reduziu os custos de mão de obra na manutenção de instalações em até 62%.

Cerca de 480 mil instalações com sensores em conjuntos residenciais em todo o país capturam dados e os enviam para um centro de processamento. As informações são diversas: os primeiros andares de apartamentos inundados por tempestades de verão, elevadores quebrados ou uma tampa de bueiro deslocada que coloque transeuntes em risco.

Reconhecimento Facial

Usando a tecnologia de reconhecimento facial, a Shui On Land começou a usar um aplicativo chamado “INNO” para o controle de acesso em seus prédios de escritórios em Xangai. Uma descoberta surpreendente surgiu em uma torre do centro da cidade: 70% dos trabalhadores eram do sexo feminino. Então, a Shui On decidiu renovar um dos seus shoppings - o Xintiandi Plaza - localizado abaixo da área de escritórios, adaptando um total de cinco andares apenas para as mulheres.

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