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Cofundador da Uber conta como app brasileiro mudará o transporte

Aplicativo de transportadora de economia compartilhada ajuda motoristas autônomos a encontrar cargas Brasil afora

Oscar Salazar: cofundador da Uber apostou em empresa brasileira CargoX (CargoX/Divulgação)

Oscar Salazar: cofundador da Uber apostou em empresa brasileira CargoX (CargoX/Divulgação)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 25 de abril de 2017 às 08h00.

Última atualização em 25 de abril de 2017 às 09h19.

São Paulo -- Oscar Salazar, cofundador da Uber, acredita que uma empresa brasileira, que opera por meio de um app, mudará o transporte no país. A transportadora CargoX funciona, basicamente, como um Uber para caminhões. Ela ajuda caminhoneiros autônomos a encontrar cargas próximas para evitar que seja necessário realizar viagens com o veículo vazio.

Em entrevista a EXAME.com, Salazar, investidor da CargoX, conta que a empresa é a que mais cresce hoje entre os quase 40 apps nos quais já investiu. A transportadora é a primeira do Brasil a operar sem ter uma frota própria. Lançada em março de 2016, ela já encontra cargas para mais de 100 mil motoristas autônomos em todas as regiões do país.

“Olho primeiramente a oportunidade. Então, me pergunto duas coisas: se a companhia resolve um problema em um mercado multibilionário e se o CEO da empresa tem habilidade paixão pelo seu trabalho. No caso da CargoX, a resposta é sim para as duas perguntas”, declarou Salazar a EXAME.com. A companhia é dirigida por Federico Vega, ex-presidente da consultoria financeira JP Morgan na Inglaterra. Além de conectar motoristas e cargas, a empresa também gerencia os pagamentos, emite a documentação necessária, faz acompanhamento das entregas e emite seguro para se tornar diferente de companhias como Truckpad e Sontra Cargo.

Para Salazar, é no segmento de caminhões que veremos os primeiros veículos com condução autônoma. No entanto, ele não acredita que os motoristas serão totalmente substituídos por máquinas de transporte com tecnologia de ponta, a exemplo do que acontece hoje com os aviões, que têm pilotos, apesar da existência do modo de piloto automático.

“As maiores empresas inovadoras do mundo começaram como B2B [empresa que oferece serviços para outras empresas]. O B2C [oferta de serviços para consumidores] acontece quando temos escala. O B2B é como vamos introduzir os veículos autônomos na sociedade. Aí, os reguladores verão e dirão: Se os caminhões são tão bons nisso, vamos abrir para os carros também. Essa é a maneira mais fácil de vender a proposta para reguladores e para as pessoas”, disse o cofundador da Uber.

Para o investidor, a estratégia da empresa é preparar o terreno para o futuro dos transportes com veículos autônomos. “Não estamos prevendo o futuro, estamos construindo o passado para nos preparar para o futuro”, declarou Salazar, ressaltando a importância de conectar consumidores a cargas para otimizar as viagens dos caminhoneiros e, potencialmente, reduzir custos de frete para consumidores.

A CargoX tem aplicativo para smartphones Android (versão para iPhones está em desenvolvimento). A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) estima que o Brasil tenha mais de 1 milhão de caminhoneiros que atuam como profissionais autônomos, mais do que o dobro do que nos Estados Unidos.

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