Clubhouse: preocupação é que dados possam ser acessados por governo chinês por trafegarem em servidores do país (Jakub Porzycki/NurPhoto/Getty Images)
Thiago Lavado
Publicado em 15 de fevereiro de 2021 às 17h37.
Os desenvolvedores do aplicativo de conversas em áudio Clubhouse disseram que irão adicionar uma camada extra de criptografia para prevenir que o aplicativo transmita informações em servidores localizados na China.
A declaração foi dada após pesquisadores da Universidade de Stanford terem descoberto vulnerabilidades na infraestrutura do Clubhouse.
O estudo, feito pelo Observatório de Internet de Stanford (SIO, na sigla em inglês), apontou que a companhia Agora Inc., baseada em Xangai, e que trabalha com software de engajamento em tempo real é uma das empresas responsáveis pela infraestrutura do Clubhouse. O SIO descobriu ainda que os números de identificação dos usuários (não seus nomes de usuário) e o número das salas de bate-papo são transmitidos em texto comum, o que poderia dar à Agora acesso aos áudios de conversas no Clubhouse.
Ao ligar os números de usuários e o de salas, é possível saber quem está falando com quem, o que, de acordo com os pesquisadores, poderia ser um problema na China, onde as empresas são legalmente responsáveis por auxiliar o governo a localizar e armazenar mensagens de áudio que possam ser categorizadas como ameaça nacional.
A Agora afirmou aos pesquisadores que armazena áudios ou metadados apenas para monitorar a qualidade da rede e pela mesma quantidade de tempo que servidores americanos. Já o Clubhouse afirmou que os desenvolvedores optaram por não disponibilizar o app na China, devido às controvérsias de privacidade do país.
O Clubhouse disse que iria incluir bloqueios e criptografia para impedir que o app transmita informações para servidores chineses.