EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.
São Paulo - Em resposta aos rumores que ligam a operadora Oi a um tratamento diferenciado no Plano Nacional de Banda Larga, o presidente da Claro, João Cox, afirmou hoje à tarde que espera condições justas e competitivas para o mercado.
"Estamos desde o começo a favor do plano, é algo estratégico para a sociedade. Mas sempre disse que tem que haver mais competidores e condições simétricas", declarou o executivo em evento da operadora em São Paulo.
Segundo Cox, a situação carrega uma fina ironia pelo fato da Oi ter sido a primeira a se opor ao Plano logo na primeira reunião com ministros e representantes do governo na Casa Civil, há seis meses, quando a Claro se mostrou a favor das práticas competitivas.
"Nós cremos que o monopólio só é benéfico para o dono do monopólio. Defendemos a competição", disse Cox.
A polêmica entre as operadoras eclodiu ontem, depois que o presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, reuniu-se com o ministro das Comunicações, José Artur Filardi, para propor que a empresa seja a principal no processo de universalização da banda de larga do país. O acordo seria facilitado pelas propriedades do governo, que tem 49% do controle da operadora, por meios diretos e indiretos.
Logo após a reunião, Falco expôs publicamente que não há restrições em relação à participação de outras empresas no Plano Nacional de Banda Larga, mas disse que a Oi deverá ficar com mais de 90% das universalizações.
Ainda assim, o presidente da Oi defendeu que o governo aumente os incentivos, como a desoneração de impostos, para diminuir o preço de mercado - que, de acordo com o próprio executivo, fica em torno de 50 reais para uma velocidade de 600 quilobits por segundo.
A prática é apoiada em parte pela concorrente Claro, de Cox, que voltou a questionar os valores dos impostos no país. "46% do que é cobrado pela Banda Larga no Brasil é imposto. Não tem como falar de preço e não falar de imposto", disse o presidente da operadora.
<hr> <p class="pagina">Cox ainda questionou as disparidades das tarifas de região para a região, que prejudicam os moradores de locais mais afastados: "Por que o pessoal da Rocinha e Capão Redondo paga mais imposto de quem está na Avenida Paulista, por exemplo?".<br><br>"O Plano Nacional da Banda Larga não deve ocorrer só por via de empresa, e sim de empresa e sociedade", afirmou.<br><br>Estima-se que os últimos acertos do Plano Nacional de Banda Larga seja concluído nos próximos quinze dias, com a participação do presidente Luis Inácio Lula da Silva.</p>