Tecnologia

Claro corta acesso a Twitter e Facebook, mas eleva franquia

Como forma de compensar o fim do acesso grátis a redes sociais, a Claro vai aumentar a franquia de dados dos planos de internet móvel


	Pessoa usa smartphone: objetivo da operadora é permitir que os clientes continuem navegando na Internet de seus smartphones por mais tempo
 (Facebook/Victoria Milan)

Pessoa usa smartphone: objetivo da operadora é permitir que os clientes continuem navegando na Internet de seus smartphones por mais tempo (Facebook/Victoria Milan)

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2015 às 16h09.

São Paulo - A Claro vai aumentar a franquia de dados dos planos de Internet móvel de seus clientes a partir desta quarta-feira, sem pagamentos adicionais, como forma de compensar fim de promoções de acesso grátis a redes sociais como Facebook e Twitter e decisão de corte da banda larga móvel quando o volume de dados contratado pelo usuário se esgota.

O objetivo da operadora é permitir que os clientes continuem navegando na Internet de seus smartphones por mais tempo, retardando o bloqueio da Web após o fim da franquia e dando mais liberdade para o usuário acessar os sites que quiser, não somente as redes sociais Twitter e Facebook, disse o presidente da Claro, Carlos Zenteno, em entrevista à Reuters.

Segundo Zenteno, a decisão tomada pela empresa envolveu critérios meramente comerciais e não levou em conta críticas que afirmavam que a operadora estava violando o princípio de neutralidade da rede, pilar do Marco Civil da Internet, espécie de constituição da Web em fase de regulamentação no país.

O princípio prevê que o acesso aos sites seja igualitário. Para especialistas do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV-RJ, esse tipo de parceria entre operadoras e redes sociais desestimulava o usuário a sair da plataforma com navegação grátis, o que deixa a Internet “mais pobre”, limitando o acesso à informação.

"Nossos clientes não deveriam ficar restritos a aplicativos específicos", disse Zenteno. "Não diria que o "zero rating" (promoções de acesso gratuito) está acabando. Depende da situação de cada mercado, de cada operadora", completou.

A Claro não cobrava pelo acesso às redes sociais desde 2013, sendo remunerada por meio de compensações como publicidade nos sites.

O aumento gratuito da franquia inclui clientes dos segmentos pós e pré-pago e planos controle, no qual o usuário paga um preço fixo por mês, e tem validade até 30 de julho, mas pode ser prorrogado. No caso dos planos pós-pagos o prazo é indeterminado.

Toda a base de clientes pré-pagos e controle será automaticamente migrada para os novos planos, mas no caso do pós-pago o cliente terá de entrar em contato com a operadora para realizar a migração.

Além da Claro, a TIM Participações também oferece pacotes exclusivos para acesso ilimitado a determinados aplicativos, no caso o WhatsApp, do Facebook.

Corte da internet

As principais operadoras de telecomunicações brasileiras decidiram este ano cortar o acesso à Internet dos usuários que atingirem o fim da franquia de dados contratada e não mais apenas reduzir a velocidade como ocorria anteriormente.

Segundo Zenteno, essa decisão foi tomada porque os clientes estavam tendo a "percepção errada da qualidade do serviço quando o pacote terminava", já que a velocidade era dramaticamente reduzida após o fim da franquia.

Pensando nisso, a Claro decidiu ampliar as franquias sem custo adicional, de forma a “melhorar a experiência do usuário”, uma vez que a franquia demorará mais tempo para terminar, dependendo dos aplicativos acessados. "Vamos acelerar o crescimento no mercado, trazendo (para a Claro) novos clientes de outras operadoras”, disse o presidente da Claro.

Com isso, os planos de dados de 500MB, por exemplo, passarão a ser de 1GB; já o plano de 5GB, será de 7GB. Nos planos diários, o usuário terá um bônus de 5MB de dados para navegar como quiser. O corte da Internet após o fim da franquia tem sido criticado por órgãos de defesa do consumidor, como o Procon.

Em fevereiro, o Procon-RJ informou ter entrado com uma ação civil pública contra Oi, TIM, Vivo e Claro, alegando "modificação unilateral em seus contratos de telefonia com Internet ilimitada", pelos quais a velocidade de acesso era apenas reduzida após a utilização da franquia de dados.

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