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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h26.
A Cisco Systems e a Trend Micro anunciaram nesta quinta-feira (9/12) a consolidação da aliança no Brasil em segurança de redes. "Há uma grande complementaridade entre nossas soluções. Nossa companhia sempre desenvolveu ferramentas de segurança para redes, não para terminais", diz Eva Chen, que vai assumir a presidência da Trend Micro no próximo mês. Segundo a executiva, o primeiro ataque de vírus demorou oito meses para se espalhar de um continente para outro, mas hoje há casos de vírus disseminados por todo o mundo em pouco mais de dez minutos. Em sua avaliação, a única forma de garantir segurança é integrando proteção aos controles de rede. A tecnologia Enterprise Protection Strategy da Trend Micro será integrada aos dispositivos de rede da Cisco, e os canais de venda de ambas as empresas vão trabalhar em conjunto.
Segundo Mauricio Gaudencio, gerente de desenvolvimento de mercado para segurança da Cisco brasileira, pesquisas indicam que segurança é uma das maiores preocupações dos líderes corporativos. "Ao mesmo tempo, as empresas detestam gastar com isso", diz. Também é difícil quantificar os prejuízos decorrentes de falhas de segurança no Brasil, explica Gaudencio. "Alguns países adotaram leis que obrigam a divulgação de problemas nesta área, mas aqui falta legislação e sobra receio de expôr vulnerabilidades." Estudo do IDC aponta um incremento de 21% do mercado total de segurança no Brasil em 2005, para 405 milhões de dólares.
A parcela de faturamento da Cisco Mundial com produtos específicos de segurança não supera 4%, e a margem de lucro deste segmento é das menores do portfólio da companhia. Porém, a estratégia declarada da Cisco é aumentar a credibilidade das redes para que o negócio como um todo possa se expandir. "Segurança é a base para o crescimento do networking", diz Rafael Steinhauser, presidente da Cisco do Brasil desde agosto deste ano.
Para ele, a próxima onda do setor de tecnologia da informação serão as aplicações críticas de negócios através de redes - mas, se elas não forem seguras, a onda não vai tomar impulso. O faturamento global da subsidiária brasileira no ano fiscal encerrado em julho de 2004 cresceu 37%, enquanto os negócios relacionados à segurança avançaram 80% (os detalhes de resultado das subsidiárias não são divulgados). A receita global da Cisco aumentou 16%, chegando a 22 bilhões de dólares, e o lucro líquido, 22%, alcançando 4,4 bilhões de dólares, sempre na comparação do ano fiscal encerrado em julho de 2004 com o ano fiscal anterior. O valor em bolsa da Trend Micro, sediada em Tóquio, é de 5,9 bilhões de dólares.