Tecnologia

Circle, criadora da segunda maior cripto lastreada em dólar, planeja levantar US$ 624 mi com IPO

Empresa por trás da stablecoin USDC quer estrear na Bolsa de Nova York com o código CRCL e aposta em ambiente regulatório mais favorável nos EUA

Diferentemente de outras criptomoedas , stablecoins possuem lastro em caixa ou aplicações de alta liquidez (Jirapong Manustrong/Getty Images)

Diferentemente de outras criptomoedas , stablecoins possuem lastro em caixa ou aplicações de alta liquidez (Jirapong Manustrong/Getty Images)

Publicado em 28 de maio de 2025 às 09h20.

 

A Circle Internet Group Inc., empresa de tecnologia financeira baseada em Nova York, anunciou que pretende captar até US$ 624 milhões com sua estreia na bolsa, a chamada oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). O plano envolve a venda de 24 milhões de ações, com valores estimados entre US$ 24 e US$ 26 por ação, segundo documento entregue à SEC, o órgão regulador do mercado financeiro dos Estados Unidos.

A Circle é a empresa responsável pela USDC, a segunda maior stablecoin do mundo — um tipo de moeda digital que busca manter valor estável ao ser atrelada a ativos do mundo real, como o dólar americano. Nesse caso, para cada unidade de USDC emitida, há uma quantia equivalente em dinheiro vivo ou aplicações financeiras de baixo risco guardadas como garantia. Isso a diferencia de criptomoedas como Bitcoin ou Ethereum, cujos valores variam constantemente de acordo com a oferta e demanda do mercado.

 

Entenda por que a Circle quer ir à bolsa agora

A Circle tenta abrir capital desde 2021, quando chegou a anunciar uma fusão com uma SPAC — uma empresa de “cheque em branco” criada apenas para viabilizar IPOs de startups. O acordo acabou cancelado, mas à época a Circle chegou a ser avaliada entre US$ 7,7 bilhões e US$ 9 bilhões.

A retomada do projeto vem no rastro de mudanças no ambiente político dos EUA. Com a volta de Donald Trump à presidência, há expectativa de regras mais claras e favoráveis ao setor de criptoativos. Além disso, a atual composição do Congresso avança com propostas de regulamentação específicas para as stablecoins, o que pode atrair grandes investidores institucionais, como fundos e bancos.

Ainda assim, a própria Circle alerta para os riscos do setor, especialmente a ausência de uma definição legal única. Em abril, por exemplo, a SEC afirmou que stablecoins não são, em geral, títulos mobiliários (como ações), o que tira algumas exigências regulatórias — mas esse entendimento ainda pode mudar no futuro.

Receita bilionária e lucro em alta

Fundada em 2013 por Jeremy Allaire, a Circle tenta se posicionar como uma alternativa mais segura e transparente à líder do setor, a Tether. A empresa afirma manter auditorias frequentes e políticas mais rígidas para garantir que cada USDC esteja realmente respaldado por ativos líquidos.

Em 2024, a Circle registrou uma receita de US$ 1,68 bilhão e lucro líquido de US$ 156 milhões, segundo o prospecto apresentado à SEC. Em 2023, os números foram, respectivamente, US$ 1,45 bilhão e US$ 268 milhões.

Entre seus investidores estão nomes conhecidos do capital de risco, como Accel, General Catalyst e IDG Capital. A ARK Investment Management, gestora famosa por apostar em inovação, também demonstrou interesse em comprar até US$ 150 milhões em ações durante o IPO.

O processo será liderado pelos bancos JPMorgan, Goldman Sachs e Citigroup, e a Circle será listada na Bolsa de Nova York sob o código CRCL.

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