(Reprodução/Thinkstock)
Lucas Agrela
Publicado em 13 de janeiro de 2018 às 07h00.
Última atualização em 15 de janeiro de 2018 às 10h31.
São Paulo – O ano de 2018 deve ser marcado por tecnologias que já se desenvolvem há muito tempo, mas agora devem ganhar aplicações práticas no dia a dia das empresas. De acordo com a Totvs, cinco tendências principais devem reger os próximos 12 meses.
Diferentemente dos filmes de ficção científica distópicos, como Exterminador do Futuro e companhia, a inteligência artificial deve transformar as máquinas, além de executoras, em fornecedoras de insights para ajudar na tomada de decisão.
As interfaces conversacionais vistas nos produtos Google Home e Amazon Echo, não disponíveis no mercado brasileiro, também devem continuar a ser uma forma de interagirmos com a inteligência artificial. Não há necessidade de uma tela, apenas seus comandos de voz são o suficiente para que produtos tecnológicos entendam as demandas.
"Esses exemplos da vida pessoal ingressarão fortemente no universo corporativo, como no atendimento ao cliente, por exemplo, que poderá pedir orientações ou fazer perguntas por comando de voz ou texto e ser direcionado a um manual ou à localização específica da resposta na página de perguntas frequentes", disse, em nota, Vicente Goetten, diretor do Totvs Labs.
Popularizada com jogos, a realidade virtual (aquela dos óculos Rift) e a realidade aumentada (aquela usada em Pokémon Go para ver monstrinhos pela câmera do celular) devem seguir em expansão para o mercado corporativo. Treinamentos, educação, saúde e alguns segmentos do varejo devem se beneficiar dessas tecnologias.
"Em uma loja física, com uma aplicação assim, será possível obter informações adicionais de um produto ou verificar se uma carteira que você está comprando combina com um sapato que já está em casa. No segmento de saúde, será possível ”escanear” o tornozelo após uma contusão e obter indicações do que aconteceu e recomendações do que fazer. Tudo isso com a câmera do celular", diz Goetten.
Famoso no segmento financeiro, o Blockchain, que cria registros virtuais imutáveis, deve ser adotado em outras áreas. Goetten cita um exemplo de como ele pode ser aproveitado por empresas.
"Será possível, por exemplo, fazer tracking e auditoria do transporte de medicamentos utilizando um sensor de internet das coisas (IoT) que rastreia o trajeto e a temperatura dos medicamentos durante todo o processo, salvando essas informações no Blockchain"
A medida garante a proteção dos dados, a imutabilidade deles e, até mesmo, a segurança e a qualidade dos produtos, que não sofreram alterações durante o trajeto. O mesmo princípio pode ser usado no supply chain e na agricultura.
Se esse termo ainda não entrou para o seu vocabulário, o Fog Computing (Computação em Névoa) deve entrar em 2018. A proposta é, basicamente, utilizar a capacidade computacional de um servidor à distância sem que seja necessário enviar integralmente os dados que precisam ser processados, o que evita congestionamentos da rede e torna a resposta instantânea.
De acordo com uma previsão da Cisco, 507,5 zettabytes (um zettabyte equivale a 1 trilhão de gigabytes) de dados serão processados na nuvem no ano de 2019.
A Totvs também prevê que todas essas tecnologias serão utilizadas em conjunto. "O carro autônomo, por exemplo, usará não só a fog computing, mas também a inteligência artificial para tomar decisões. Na saúde, veremos o uso de IA e de realidade aumentada para dar uma prévia de diagnósticos. Além disso, com os óculos HoloLens, da Microsoft, será possível escanear um paciente e depois interagir com ele por meio de realidade aumentada e inteligência artificial", disse Goetten.