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Cinco pontos para entender a saga da fracassada compra do Twitter por Elon Musk

Tribunal decide se o CEO da Tesla foi irresponsável ao não assumir as intempéries econômicas ao redor do negócio

Elon Musk semeou dúvidas, com avanços e retrocessos, em torno da possível aquisição do Twitter (PATRICK PLEUL/Getty Images)

Elon Musk semeou dúvidas, com avanços e retrocessos, em torno da possível aquisição do Twitter (PATRICK PLEUL/Getty Images)

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AFP

Publicado em 19 de julho de 2022 às 13h20.

Última atualização em 19 de julho de 2022 às 14h11.

Um cortejo contundente, um anúncio de noivado e uma separação brutal: durante três meses, Elon Musk semeou dúvidas, com avanços e retrocessos, em torno da possível aquisição do Twitter que foi, finalmente, cancelada na sexta-feira, 15, pelo magnata.

A compra de ações

Em 4 de abril, Elon Musk revelou em documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) que havia adquirido pelo menos 73,5 milhões de ações ordinárias do Twitter, 9,2% do valor de mercado da empresa.

No dia seguinte, o CEO da rede social, Parag Agrawal, anunciou que o chefe da fabricante de carros elétricos Tesla se juntou ao conselho de administração do Twitter. Mas, em 10 de abril, ele informou que Elon Musk renunciou a fazer parte dele.

A oferta

O empresário colocou na mesa uma oferta de compra da empresa inteira ao preço de US$ 54,20 por ação, proposta revelada em 14 de abril por um documento enviado à SEC. Era "sua melhor e última oferta".

O Twitter inicialmente resistiu, anunciando em 15 de abril que havia aprovado a chamada cláusula "pílula de veneno", segundo a qual o grupo californiano estava disposto a vender suas ações a todos os outros acionistas para impedir que Musk as comprasse.

Mas a diretoria do grupo acabou cedendo e, em 25 de abril, anunciou um acordo definitivo de compra por parte do empresário de origem sul-africana.

Os fundos

Em 29 de abril, a SEC revelou que Musk vendeu 9,6 milhões de ações da Tesla por cerca de US$ 8,4 bilhões.

Em 5 de maio, o executivo afirmou ter também arrecadado US$ 7,14 bilhões em financiamento, graças a investidores como o cofundador da Oracle Larry Ellison e o príncipe e empresário saudita Al Walid bin Talal.

As dúvidas

Em 13 de maio, Musk disse que estava cancelando a oferta, devido à sua preocupação com o número de contas falsas na rede social, fazendo o preço das ações do grupo cair 20%. Algum tempo depois, declarou ainda estar "comprometido" em comprar a empresa.

Em 16 de maio, respondeu a Parag Agrawal, que tentava explicar no Twitter as medidas tomadas para combater contas falsas, com um emoji de cocô.

Em 6 de junho, retirou sua oferta novamente, alegando que a rede social "resiste ativamente" a seus pedidos de informações sobre spam e sobre contas falsas — algo que a plataforma negou de forma categórica.

Em 16 de junho, reuniu-se com funcionários do Twitter. Além de garantir-lhes que pretendia atingir 1 bilhão de usuários, reiterou seu desejo de reduzir a moderação na rede, levantando preocupações entre os funcionários.

A renúncia

Finalmente, em 8 de julho, o chefe da Tesla e da SpaceX informou ao Twitter que estava cancelando o acordo, devido a informações "falsas e enganosas" sobre a empresa. Em resposta, o conselho de administração do Twitter anunciou uma ação judicial para fazê-lo cumprir os termos do acordo.

Em 12 de julho, argumentando que a estratégia de Elon Musk é “um modelo de hipocrisia” e de “má-fé”, o Twitter entrou com sua ação em um tribunal especializado em direito empresarial no estado de Delaware. Uma primeira audiência sobre o assunto deve ser realizada nesta terça-feira.

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