Steve Ballmer, CEO da Microsoft: entre os acertos há mancadas (Chris Graythen/ Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de março de 2012 às 19h54.
São Paulo - A trajetória da Microsoft confunde-se com a história da computação pessoal e a disseminação de tecnologias simples e inteligíveis para cidadãos comuns, que nunca passaram perto de um laboratório de tecnologia.
Não à toa, a companhia fundada por Bill Gates e Paul Allen figura há duas décadas entre as mais valiosas e lucrativas do mundo e, apesar das drásticas mudanças no mercado de software e hardware, segue relevante, inovadora e fornecendo o sistema operacional de 9 em cada 10 computadores pessoais no mundo.
Ninguém atinge esse gigantismo, no entanto, sem tropeçar no caminho. No caso da Microsoft, os tropeços foram devidamente explorados por uma legião de detratores que adoram detonar o que consideram um ícone do malévolo capitalismo monopolista. Abaixo, cinco tropeços históricos.
Windows 98 trava em apresentação ao vivo
O vídeo abaixo registra provavelmente o momento mais constrangedor da incrível biografia de Bill Gates. Durante uma demonstração ao vivo do então novíssimo Windows98 uma falha fez o PC travar e exibir uma certa tela azul que assombra os desenvolvedores da Microsoft até hoje. Acho que precisamos trabalhar um pouco mais nisso, pontuou Gates.
Windows Vista chega ao varejo cheio de pepinos
A Microsoft estava sob pressão após adiar, mais de uma vez, a já demorada estreia do sucessor do Windows XP. Quando chegou às lojas, no entanto, o Windows Vista sofreu uma avalanche de críticas dos consumidores e nunca foi adotado em massa por empresas.
Além de demorar demais para carregar, o Vista apresentou centenas de problemas de compatibilidade com hardware variados e software de diversos tipos.
Em 2009, às vésperas da estreia do Windows 7, um figurão da Microsoft veio a público admitir, em linguagem diplomática, o relativo fiasco que foi o Vista. Este foi nosso produto menos bom, disse Charles Songhurst, diretor de relações com investidores da Microsoft, em conferência com investidores.
Ninguém vai comprar o iPhone
A genialidade de Steve Ballmer no mundo dos negócios e sua capacidade de fazer a Microsoft obter lucros ano após ano o credenciaram para substituir a Bill Gates no posto mais importante da companhia, quando Gates anunciou sua aposentadoria. Ballmer nunca teve, no entanto, a cortesia e prudência de Gates ao dar entrevistas ou falar em público.
Quando questionado, em 2007, sobre a recente inovação da Apple, o iPhone, Ballmer fez troça e asseverou que ninguém pagaria US$ 500 por um telefone que não tem sequer teclado. Só no primeiro ano de vendas, o iPhone anotou 4 milhões de unidades comercializadas, de acordo com números do Gartner.
Windows 7 trava ao vivo
O dia 22 de outubro de 2009 foi uma data especial para a Microsoft. A estreia do Windows 7 aconteceu cercada de elogios da mídia especializada em todo o mundo e com ótimo desempenho nas pré-vendas. Exceto no Japão.
Por lá, um programa de TV tentou mostrar como funciona o novo sistema operacional. O número de vezes que o apresentador diz sumimasen (desculpe-me) deixa perceber que a exibição não foi bem sucedida.
Microsoft distribui laptops para blogueiros
Em uma desastrada ação de marketing nos Estados Unidos, executivos da Microsoft decidiram distribuir lindos laptops Acer Ferrari a blogueiros especializados em tecnologia.
Oficialmente, a justificativa foi permitir que esses formadores de opinião tivessem contato com as maravilhas do Windows Vista e deixassem de falar tão mal do sistema operacional.
A distribuição de laptops pegou mal e muitos blogueiros recusaram o presente, alegando ser o notebook um brinde caro demais. Quem aceitou, teve sua reputação questionada pelos leitores. Afinal, dá para receber um presentão desses e escrever posts imparciais?