Cientistas do CERN durante experimento: colisões de partículas geraram energia de 7TeV (.)
Talita Abrantes
Publicado em 30 de março de 2010 às 11h34.
São Paulo - Após duas tentativas fracassadas, os pesquisadores do Centro Europeu para a Pesquisa Nuclear (Cern) conseguiram pela primeira vez nesta terça-feira (30) colidir feixes de prótons dentro do Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) a uma taxa de energia recorde.
O objetivo é recriar condições semelhantes aos instantes posteriores ao fenômeno do Big Bang, a grande explosão que teria dado origem ao universo há 13,7 bilhões de anos.
No teste que aconteceu às 8h de Brasília (13h de Genebra), o choque dos prótons gerou uma energia recorde de 7 TeV (tera ou bilhões de bilhões de eletronvolts). Esta marca é equivalente a três vezes o máximo alcançado no fim de novembro, quando o equipamento atingiu a taxa de 1,18 TeV.
As colisões ocorreram a uma nanofração de segundo mais lenta que a velocidade da luz, dentro do Grande Colisor de Hádrons (LHC, em inglês), túnel circular de 27 quilômetros sob a fronteira franco-suíça, a cerca de 100 metros de profundidade.
A colisão de cada partícula criou uma explosão que permite que os cientistas vinculados ao projeto em todo o mundo rastreiem e analisem o que aconteceu um nanossegundo depois do verdadeiro Big Bang. O plano é continuar operando continuamente por 18 a 24 meses, com uma curta pausa técnica no final de 2010.
A expectativa é de que a experiência ajude a desvendar mistérios importantes do cosmos, como a origem das estrelas e dos planetas, além de evidências concretas da matéria escura, responsável por 25% do Universo e da energia escura, que representa 70% do universo. Os pesquisadores acreditam que apenas 5% do universo represente a matéria visível, que reflete a luz.
O Grande Colisor de Hádrons (LHC) foi inaugurado em setembro de 2008. Logo depois, os testes foram paralisados por problemas de superaquercimento. Em novembro do ano passado, ele foi reativado.
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* com informações da Reuters e CERN