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Cientistas japoneses criam novo tipo de vida: híbrido entre planta e animal

Com células de hamsters, o novo tipo de vida realiza fotossíntese e tem potêncial para transformar a engenharia de tecidos orgânicos

 (Divulgação)

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André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 5 de novembro de 2024 às 17h11.

Última atualização em 5 de novembro de 2024 às 17h26.

Cientistas no Japão desenvolveram "células planimais", um tipo de célula híbrida que integra cloroplastos de algas em células de hamsters, permitindo que células animais tenham a capacidade de realizar fotossíntese, o que pode transformar a biotecnologia sustentável.

A pesquisa, conduzida na Universide de Tóquio e publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), conseguiu introduzir cloroplastos de algas verdes nas células CHO (ovário de hamster chinês), criando células capazes de captar energia solar e produzirem oxigênio, um feito inédito na biologia celular.

Para isso, os cientistas isolaram cloroplastos da alga Chlamydomonas reinhardtii e realizaram um procedimento complexo de fusão celular, que preserva o funcionamento dos cloroplastos em um ambiente celular animal.

A inovação pode impactar diversas áreas da engenharia de tecidos e da medicina, pois células híbridas movidas a energia solar podem ser usadas para desenvolver enxertos de pele e órgãos com maior independência energética. Em experimentos, essas células reduziram o consumo de glicose e produziram mais ATP, fonte energética celular, em resposta à exposição à luz, comprovando a funcionalidade da fotossíntese.

Possibilidades de uso em carnes cultivadas e enxertos artificiais

A introdução de cloroplastos em células animais também pode oferecer soluções para produção de carne em laboratório, usando energia solar para alimentar o processo, e até mesmo para desenvolver tecidos mais viáveis, como enxertos que geram oxigênio. Tais avanços visam tornar processos biotecnológicos mais sustentáveis e diminuir a dependência de fontes de energia convencionais.

Futuras pesquisas poderão adaptar essa tecnologia para outros tipos de células e tecidos, expandindo as aplicações biomédicas, como na criação de órgãos complexos e sistemas que aproveitam a fotossíntese em ambientes celulares distintos. Cientistas também exploram formas de combinar essas células com novas proteínas híbridas para aumentar a resistência a doenças.

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