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CIA perdeu controle de arsenal de armas cibernéticas, diz Assange

Segundo o fundador do Wikileaks, os programas podem estar no mercado negro à disposição de hackers do mundo todo

Julian Assange: ele afirmou que compartilhará os programas com companhias como Apple e Google para que possam desenvolver medidas de defesa (Peter Nicholls/File Photo/Reuters)

Julian Assange: ele afirmou que compartilhará os programas com companhias como Apple e Google para que possam desenvolver medidas de defesa (Peter Nicholls/File Photo/Reuters)

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EFE

Publicado em 9 de março de 2017 às 13h17.

Última atualização em 9 de março de 2017 às 13h37.

Londres - O fundador do Wikileaks, o australiano Julian Assange, disse nesta quinta-feira em entrevista coletiva pela internet que a CIA "perdeu o controle de todo o seu arsenal de armas cibernéticas", que podem estar no mercado negro à disposição de "hackers" do mundo todo.

Após revelar na terça-feira um suposto programa que permite aos serviços secretos americanos invadir computadores, smartphones e smart TVs, Assange qualificou de "devastador ato de incompetência" por parte da CIA que esse software tenha sido distribuído.

O ativista australiano afirmou que conhece detalhes técnicos desses programas e que não os tornará públicos por enquanto, mas os compartilhará com companhias como Apple e Google para que possam desenvolver medidas contra esses "vírus".

O fundador do Wikileaks, refugiado desde 2012 na embaixada do Equador em Londres, relatou como o software "foi passando de mão em mão por diferentes membros da inteligência americana, sem autorização e sem controle".

Assange afirmou que a CIA sabia há pelo menos dois meses que tinha perdido esse material, mas "não advertiu aos cidadãos" que poderiam ser espionados com ele.

"É o maior arsenal de vírus do mundo. Pode atacar a maioria dos sistemas utilizados por jornalistas, membros dos governos e cidadãos comuns. Não o protegeram, perderam-no, e depois trataram de ocultá-lo", lamentou o ativista.

Os programas da CIA estavam originalmente armazenados em um sistema "isolado" (sem conexão a internet) em um centro de ciberinteligência na Virgina (EUA), embora também fossem utilizados desde o consulado americano em Frankfurt (Alemanha).

"Por que a CIA não atuou mais rápido para trabalhar em conjunto com Apple, Microsoft e outros, de modo que pudéssemos nos proteger de seus próprios sistemas de armas cibernéticas?", se perguntou o australiano, que responde na justiça sueca por um suposto crime sexual, que ele nega.

O Wikileaks divulgou na terça-feira a primeira parte de uma série que batizou de "Vault 7", classificada como "o maior vazamento de dados de inteligência da história".

Nessa primeira leva, que abrange o período de 2013 a 2016, os documentos divulgados revelam que a CIA conta com programas capazes de invadir os iPhones da Apple, os telefones Android do Google, os computadores com o sistema operacional Windows, da Microsoft, assim como as smart TVs Samsung, entre outros dispositivos.

O portal também afirma que a CIA aumentou suas capacidades na luta cibernética até o mesmo nível da Agência de Segurança Nacional (NSA) americana.

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