Adição de 212 gigawatts (GW) de capacidade solar foi a maior da história, dobrando a quantidade em relação ao ano passado e destacando o avanço do setor (Getty images/Getty Images)
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Publicado em 23 de agosto de 2025 às 19h01.
O crescimento das energias limpas ajudou a reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) da China em 1% no primeiro semestre de 2025, mantendo a tendência de queda iniciada em março de 2024. No entanto, apesar dos avanços, o país provavelmente não cumprirá várias metas climáticas de curto prazo, para as quais seria necessária uma política mais agressiva.
No mesmo período deste ano, o setor de energia, principal fonte de emissões do país, registrou uma redução de 3% nos seus níveis de poluição, graças ao aumento da geração solar, que compensou o crescimento da demanda por eletricidade.
A principal contribuição para essa redução geral no primeiro semestre veio da diminuição de 3,4% no uso de carvão para geração elétrica, enquanto o gás natural aumentou 6%, resultando em uma queda de 3,2% nas emissões do setor como um todo. Indústrias de materiais de construção e metais também reduziram suas emissões, com uma diminuição de 3% e 1%, respectivamente.
De acordo com uma análise de Lauri Myllyvirta para a Carbon Brief, o aumento recorde da capacidade solar colocou a China no caminho para uma redução das emissões de CO2 ao longo de todo o ano de 2025.
No primeiro semestre, a geração de energia limpa, excluindo a hidrelétrica, cresceu 270 terawatts-hora (TWh), superando o aumento de 170 TWh da demanda por eletricidade. A adição de 212 gigawatts (GW) de capacidade solar foi a maior da história, dobrando a quantidade em relação ao ano passado e destacando o avanço do setor.
Apesar do crescimento da energia limpa, a China enfrenta desafios para cumprir suas metas climáticas. O aumento das emissões no setor químico, impulsionado pela crescente utilização de carvão para a produção de combustíveis sintéticos, contribuiu com um aumento de 20% no uso desse recurso no setor durante o primeiro semestre de 2025, somando 3% nas emissões totais desde 2020.
Embora o crescimento das energias limpas seja promissor, a China provavelmente não cumprirá várias metas climáticas de curto prazo, incluindo a redução da intensidade de carbono e o controle do crescimento do consumo de carvão.
Para alcançar suas metas de 2030, formuladores de políticas chineses precisarão revisar suas ambições e adotar soluções mais agressivas no plano de cinco anos que será finalizado em 2026.
A análise sugere alguns caminhos nesse sentido: reduzir rapidamente o uso de carvão, especialmente nas indústrias de energia e produtos químicos, além de ampliar a capacidade de energias renováveis, como solar, eólica e nuclear. A transição para fornos elétricos a arco (EAF) na produção de aço, o uso de tecnologias de captura de carbono (CCS) e a implementação de impostos mais altos sobre emissões também são medidas fundamentais.