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China encerra investigação antitruste contra o Google e foca em medidas contra a Nvidia

Medida reflete estratégia da China para concentrar seus esforços regulatórios na Nvidia, enquanto negocia venda do TikTok nos EUA e incentiva indústria local de inteligência artificial

Logo do Google durante conferência na China em 2018 (Aly Song/Reuters)

Logo do Google durante conferência na China em 2018 (Aly Song/Reuters)

Publicado em 18 de setembro de 2025 às 13h31.

Mais um bom dia para o Google: após resultados brandos no julgamento nos EUA, a China está encerrando sua investigação antitruste contra a empresa. A medida ocorre em um contexto de negociações comerciais entre Pequim e Washington, que envolvem também o TikTok e a Nvidia, em meio às tensões entre as duas superpotências.

A decisão de encerrar a investigação contra o Google foi confirmada ao Financial Times por duas fontes próximas ao assunto, que indicaram que o caso foi arquivado sob o status conhecido como "zhongzhi", em chinês. Apesar de o mecanismo de busca ser bloqueado na China, assim como a maioria dos negócios da Alphabet, sua empresa-mãe, a big tech lucra com publicidade de empresas chinesas fora do país.

Aberta oficialmente em fevereiro, a investigação estava centrada no domínio do sistema operacional Android, da gigante norte-americana, e seu impacto em fabricantes de smartphones chineses, como Oppo e Xiaomi, que utilizam o software.

O fim do processo indica também uma recalibragem tática por parte de Pequim, que agora direciona seus esforços regulatórios para a Nvidia, maior fabricante de chips do mundo, usando a empresa como ponto de alavancagem nas negociações comerciais com os Estados Unidos, segundo fontes do FT.

Além disso, ao encerrar a investigação contra o Google, a China envia uma sinalização positiva para Washington, demonstrando flexibilidade nas negociações. A estratégia seria abandonar um dos casos, mas seguir com o outro, a fim de reduzir os alvos retaliatórios e torná-los mais eficazes.

Nesta semana, Estados Unidos e China realizaram três dias de negociações comerciais em Madri, discutindo tarifas, controles de exportação e a venda do TikTok, após rodadas anteriores em Genebra, Londres e Estocolmo. Espera-se que o presidente dos EUA, Donald Trump, finalize o acordo sobre a rede social em uma conversa com o presidente chinês, Xi Jinping, na sexta-feira, 19.

Foco da China na Nvidia

Por outro lado, a China também anunciou que a Nvidia violou a lei antitruste do país ao adquirir a Mellanox Technologies, empresa israelense de produtos de rede. A aquisição de US$ 7 bilhões, aprovada condicionalmente em 2020, pode resultar em uma multa de até 10% das vendas anuais da Nvidia, caso a violação seja confirmada.

Além disso, o governo chinês recentemente proibiu suas maiores empresas de tecnologia, como ByteDance e Alibaba, de adquirir chips de inteligência artificial da Nvidia, interrompendo testes e pedidos do produto RTX Pro 6000D, desenvolvido especialmente para o mercado chinês.

Essa medida faz parte de uma série de ações chinesas para fortalecer a indústria local de IA. Liderando as alternativas domésticas, está a Huawei, que recentemente anunciou o SuperPod, uma tecnologia capaz de conectar até 15.488 chips Ascend, produzidos pela própria empresa, em clusters que podem rivalizar com a Nvidia.

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