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China aposta na economia de baixa altitude como nova fronteira de crescimento

Setor ganha destaque nas duas sessões e atrai investimentos bilionários

Drone em área cultivada (Miguel Sotomayor/Getty Images)

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China2Brazil
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Agência

Publicado em 11 de março de 2025 às 15h51.

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A economia de baixa altitude voltou a ser um dos temas centrais no mais recente relatório do governo chinês, consolidando-se como uma das principais apostas estratégicas do país. Com um mercado potencial de trilhões de yuans, o setor tem ganhado espaço nas Duas Sessões, as reuniões anuais do governo da China. Representantes do parlamento e membros do comitê legislativo têm apresentado propostas para acelerar o desenvolvimento dessa indústria emergente, impulsionada pelo apoio de políticas governamentais e avanços tecnológicos.

O relatório deste ano reforça a importância da segurança e do desenvolvimento sustentável em setores como exploração espacial comercial e economia de baixa altitude. A tendência já se refletia nos planejamentos provinciais, que delinearam estratégias para fomentar esse mercado.

Empresas e governos regionais ampliam investimentos

Empresas e administrações locais estão intensificando esforços para consolidar suas posições nesse setor. A ZTE, por exemplo, já concluiu mais de 100 projetos piloto de sensoriamento de baixa altitude em 25 províncias e cidades, abrangendo áreas como logística e segurança aérea.

Miao Wei, vice-presidente sênior da ZTE, destacou que a empresa busca acelerar a aplicação em larga escala de novas tecnologias voltadas para esse segmento.

Diferentes regiões chinesas têm adotado abordagens específicas para fomentar o setor:

  • Guangdong investe em uma base industrial de drones e aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOLs).
  • Jiangsu aposta na construção de uma rede inteligente de baixa altitude e no desenvolvimento de uma cadeia industrial abrangente.
  • Chongqing foca em novos cenários de aplicação, como treinamentos para pilotos, experiências de voo e pesquisas científicas.

Desafios para a expansão do setor

Apesar do crescimento acelerado, a economia de baixa altitude ainda enfrenta desafios estruturais, incluindo:

  • Infraestrutura limitada para operações em larga escala.
  • Falta de clareza na regulamentação do setor.
  • Aceitação do público e competitividade em custos e eficiência.

Durante as Duas Sessões, especialistas destacaram que a economia de baixa altitude já tem aplicações consolidadas em setores como proteção agrícola, turismo e resgates, mas ainda não conseguiu se firmar em nichos de alto consumo, como entregas de encomendas e refeições.

Para superar essas barreiras, Gan Huatian, membro do comitê e professor da Universidade de Sichuan, sugere:

  • Ampliação de investimentos em parques industriais especializados para acelerar o desenvolvimento do setor.
  • Uso de espaços logísticos, industriais e agrícolas como base para operações.
  • Incorporação de soluções de baixa altitude em serviços de emergência, bombeiros e saúde para melhorar a eficiência operacional.

Com o apoio crescente do governo e o avanço das tecnologias no setor, a economia de baixa altitude se posiciona como uma das próximas grandes apostas da China, com potencial para transformar diversos setores da economia e redefinir o transporte e a logística no país.

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