Tecnologia

Chia coin: a cripto que pode ser minerada usando a memória de um notebook

Com a alegação de ser mais ecológica que o bitcoin, a chia utiliza uma parte do hardware dos computadores que não necessita de tanta energia para funcionar

A chia se coloca como uma opção ecológica ao método de mineração atual, usando espaço de armazenamento para a realização dos cálculos de geração das moedas virtuais (Nordantin/Getty Images)

A chia se coloca como uma opção ecológica ao método de mineração atual, usando espaço de armazenamento para a realização dos cálculos de geração das moedas virtuais (Nordantin/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 29 de maio de 2021 às 09h00.

Última atualização em 1 de abril de 2023 às 13h21.

O bitcoin pode ser a maior criptomoeda do mundo, mas as preocupações ambientais estão minando a fama do ativo justamente pela forma com qual ele é gerado: por meio da força computacional de processadores e placas de vídeos potentes e que precisam de muita energia para realizar as transações.

No entanto, uma nova cripto chamada chia deve trazer uma novidade em relação a pegada de carbono do bitcoin. Assim como a maioria das moedas digitais, a chia é executada em um sistema blockchain, mas seu processo de mineração e registro de trocas é feito por HDs e SDDs, a parte responsável pela memória dos computadores, e que nesse caso, torna possível a mineração da chia até mesmo de um simples notebook.

A empresa responsável pela nova tecnologia é a Chia Network, fundada em 2017 com foco em mitigar as implicações ambientais da mineração de moedas digitais. Entre os sócios da companhia, está Bram Cohen, que também inventou o sistema de compartilhamento de arquivos ponto a ponto BitTorrent (famoso pela pirataria).

A principal diferença entre a chia e outras criptomoeda é o método de “provas de espaço e tempo”, um tipo de verificação de transações que utiliza o espaço da memória não utilizado nos discos rígidos e que é mais eficiente energeticamente do que a “prova de trabalho”, que se vale da memória de vídeo para gerar o bitcoin.

Para minerar a chia basta baixar a plataforma de transação blockchain chamada Mainnet, no site da rede, chia.net. Como o “cultivo de chia” não consome muita energia, é possível ligar o computador e utilizá-lo para outras tarefas. Mas em pouco tempo a memória da máquina estará cheia, e por isso é recomendado o uso de um um SSD ou HD extra.

Contudo, de acordo com o portal chinês de notícias MyDrivers, a nova criptomoeda já está causando falhas em escala em dispositivos de armazenamento utilizados para mineração. O problema é o seguinte: esses dispositivos possuem um limite de dados que podem ser gravados sem que isso afete a vida útil do hardware. A mineração de chia está excedendo esse limite, e por isso diversos SSDs estão sendo descartados em cerca de 40 dias de uso.

E com esse obstáculo, os mineradores já iniciaram uma corrida para comprar grandes quantidades de memórias nos últimos dias, o que pode se tornar um movimento generalizado em pouco tempo e que deve criar escassez de hardware de memória no mercado global, assim como ocorreu com as placas de vídeo.

Para solucionar o problema, as fabricantes estão procurando formas de tornar as peças mais resistentes. A marca taiwanesa TeamGroup anunciou na semana passada um um disco SSD que deve aguentar uma grande quantidade de terabytes regravados. Para atestar que o produto suporta a função, a empresa ofereceu 12 anos de garantia. Mas, ao levar em conta a velocidade com que o mercado de criptomoedas lança uma nova moda, provavelmente acionar o seguro não será necessário.

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