espionagem (Reprodução)
Da Redação
Publicado em 27 de setembro de 2013 às 06h55.
Brasília - Durante a 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas, os ministros de Relações Exteriores do Brics (Brasil, Rússia, Índia e África do Sul) manifestaram contrariedade a uma solução militar para o conflito sírio e se disseram preocupados com as práticas de interceptação não autorizada de comunicações de cidadãos, empresas e membros de governo.
Segundo comunicado à imprensa divulgado no início da noite hoje (26) pelo Itamaraty, tal prática compromete a soberania nacional e os direitos individuais dos países sujeitos à espionagem. No fim de agosto, reportagens denunciaram que a Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) tinha acesso à comunicação de cidadãos, autoridades e empresas brasileiras.
Os ministros consideraram importante, de acordo com o comunicado, contribuir e participar em um espaço cibernético pacífico, seguro e aberto e enfatizaram que a segurança no uso da tecnologia de informação e comunicação por meio de normas, padrões e práticas universalmente aceitos é de importância fundamental.
Sobre o conflito sírio, os chanceleres opinaram que todas as partes têm que se comprometer imediatamente com um cessar-fogo completo para que tenham fim a violência e a deterioração da situação humanitária no país. Além disso, a assessoria do ministro das Relações Exteriores brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, informa que os ministros condenaram fortemente o uso dessas armas [químicas] por qualquer parte em quaisquer circunstâncias.
Os países também saudaram o acordo entre a Rússia e os Estados Unidos para a eliminação de armas químicas da Síria e o compromisso do país de aderir à convenção sobre o assunto. Os ministros reiteraram que não há solução militar para o conflito e que é chegado o momento da diplomacia, diz ainda o documento.
As declarações dos países sobre essas questões são similares à opinião da presidenta Dilma Rousseff, que anteontem (24) tratou de questões internacionais durante seu discurso de abertura na Assembleia Geral das Nações Unidas. Ainda segundo os ministros, a resolução do conflito israelo-palestino é um pré-requisito para a construção da paz sustentável e duradoura no Oriente Médio.
Em defesa de uma solução que contemple um Estado palestino contíguo e economicamente viável, o comunicado condena a construção de assentamentos israelenses nos territórios palestinos ocupados, o que, segundo os chanceleres, constitui uma violação do direito internacional e é prejudicial ao processo de paz.