Ricardo Patino (©afp.com / Rodrigo Buendia)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h28.
Quito - O chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, disse nesta terça-feira que o pedido de asilo ao seu país por parte do ex-consultor de inteligência americano Edward Snowden "é razoável" e "faz sentido", acrescentando que, se outro país decidir recebê-lo, Quito dará por encerrada sua participação no caso.
"Consideramos que é razoável, que faz sentido, pelas denúncias que têm sido apresentadas, pela violação do Direito Internacional, que faz sentido esse pedido de asilo", afirmou Patiño, em uma entrevista coletiva.
O ministro esclareceu que, se outro país conceder asilo ao americano foragido, o Equador vai considerar encerrado seu papel nesse assunto.
"Claro que sim (deixaria o caso). Se, em algum outro país, concretizar-se diretamente (o asilo), o objetivo terá sido cumprido", afirmou Patiño, destacando que Quito não está "disputando" Snowden.
Em suas declarações, o chanceler evitou antecipar se seu país imporá condições a Snowden, em caso de asilo, como fez a Rússia. O presidente Vladimir Putin já afirmou que receberá o americano desde que ele interrompa os vazamentos que atingem Washington.
Patiño descartou que Quito esteja ajudando Snowden a viajar para o Equador e reiterou que seu país não pode lhe entregar um salvo-conduto, porque ele não está em território equatoriano. "Não estamos trabalhando nisso", frisou.
O ministro também rejeitou a possibilidade de que o governo do presidente Rafael Correa possa utilizar a situação de Snowden para conseguir a extradição de banqueiros equatorianos envolvidos em um caso de corrupção e que se encontram nos EUA.
"Nunca vamos negociar com os Estados Unidos a concessão do asilo para que nos entreguem os banqueiros que estão lá", ressaltou.
O Equador, que há um ano acolhe em sua embaixada em Londres o fundador do portal Wikileaks, Julian Assange, foi o primeiro país, ao qual Snowden pediu asilo há dez dias.