Tecnologia

Cerca de 200 sites públicos foram alvo de ataques, diz Serpro

O diretor-presidente do serviço federal disse que os ataques aos sites do governo configuram crime

O presidente do Serpro reiterou que nenhum dado sigiloso foi roubado dos portais (Gustavo Molina/SXC.hu)

O presidente do Serpro reiterou que nenhum dado sigiloso foi roubado dos portais (Gustavo Molina/SXC.hu)

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Da Redação

Publicado em 27 de julho de 2012 às 17h16.

Brasília - Cerca de 200 sites de órgãos públicos brasileiros, principalmente de prefeituras, foram alvos de hackers desde a semana passada. Desses, 20 do governo federal, informou nesta terça-feira o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).

"Continuamos administrando ataques. Eles não pararam", disse em entrevista o diretor-presidente do Serpro, Marcos Mazoni, que enfatizou que ataques a sites públicos são rotineiros.

"Estamos com mais do que o dobro de ataques do que o normal. E, na semana passada, foi mais de dez vezes superior", disse.

As investidas de hackers contra sites públicos brasileiros chegaram a tirar do ar, na quinta-feira passada, o portal da Presidência da República. Entre os sites que também foram alvo estão o da Receita Federal e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O presidente do Serpro reiterou que nenhum dado sigiloso foi roubado dos portais. Só houve acesso a dados públicos, segundo ele.

"Nenhum dado saiu de nossas bases. Não houve invasão de dados de base segura", garantiu Mazoni.

Os ataques dos hackers contra os sites federais têm utilizado um mecanismo conhecido como "negação de serviço", no qual os hackers criam um excesso de acessos ao site, sobrecarregando-o.

No caso do site da Presidência, por exemplo, foram gerados cerca de 2 bilhões de acessos, "e o normal não passa de 10 por cento disso", disse Mazoni. Como resultado, o site acabou sendo retirado do ar por cerca de uma hora, por segurança.


O presidente do Serpro disse que os hackers tentaram ainda fazer uma "pichação" no site da Presidência, ou seja, alterar a tela original. A tentativa, porém, foi barrada pelo Serpro.

Mudança nos IPs

Mazoni disse que para criar a demanda excessiva e sobrecarregar os sites, os hackers usaram endereços de IP (Internet Protocol) que não têm origem garantida, conhecidos como "IPs dinâmicos".

Segundo ele, até o fim do ano os sites públicos "mais críticos" já estarão com uma versão de IP mais avançada, na qual não há mais IPs "dinâmicos" e cada acesso ao site equivale, necessariamente, a um IP que permite identificar o usuário.

O diretor-presidente do Serpro disse que os ataques aos sites do governo configuram crime. "Imputou ao Estado um prejuízo. Estamos trabalhando em regime de atenção permanente, envolvendo horas extras" ,disse.

A Polícia Federal está investigando os ataques.

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