Motorola (Getty Images)
Lucas Agrela
Publicado em 18 de fevereiro de 2015 às 17h44.
Rick Osterloh , CEO da Motorola, disse para a BBC que considera "ultrajantes" os preços que a Apple cobra pelos seus produtos, como os iPhones.
Citando uma filosofia diferente, Osterloh criticou a postura de mercado da Apple. "Vemos uma verdadeira dicotomia nesse segmento de mercado, em que empresas, como a Apple, ganham tanto dinheiro e cobram preços tão ultrajantes", afirmou o CEO da Motorola. "Nossa crença é que o futuro é oferecer experiências similares e uma ótima gama de escolhas para o consumidor a preços acessíveis."
A Motorola foi recentemente alvo de uma crítica velada do vice-presidente sênior e designer-chefe da Apple Jony Ive em um extenso perfil da New Yorker, publicado em seu site nesta semana. Ive afirmou que dar o poder de escolha da aparência sobre o visual dos smartphones é "abdicar da responsabilidade de designer".
Apesar do Ive ter pedido à reportagem para não citar o nome da empresa em questão, a campanha de marketing lançada pela Motorola no final de 2013 é a única que se encaixa na descrição, uma vez que a fabricante oferece a plataforma online chamada Moto Maker, em que os consumidores podem criar smartphones usando as cores e materiais que escolherem. Segundo fontes próximas ao assunto consultadas por INFO, o Moto Maker não tem previsão de chegar ao Brasil.
Em vez de criticar o design dos produtos da Apple, o CEO da Motorola preferiu atacar as práticas de mercado da companhia, que recentemente atingiu o valor de mercado de 700 bilhões de dólares e cobra até 4 700 reais pelo iPhone 6 Plus no Brasil -- enquanto o Moto Maxx, modelo topo de linha da Motorola, custa 2 400 reais no país.
"Acreditamos que o usuário final deve estar diretamente envolvido no processo de criação dos produtos", disse Osterloh. "A maior falha da indústria de smartphones é também sua maior oportunidade: criar produtos realmente bons e acessíveis para as pessoas que não querem gastar muito dinheiro."
Em 2014, a Motorola declarou abertamente uma guerra contra aparelhos de baixo custo e má qualidade ao lançar o Moto E por 600 reais, cujo evento de apresentação foi realizado no Brasil, com a presença de Osterloh.