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CEO da Intel, Pat Gelsinger, se aposenta ao fim de um ano complicado para a fabricante de chips

Executivos David Zinsner e Michelle Johnston Holthaus assumem como co-CEOs interinos; receita da Intel encolheu um terço desde a chegada de Gelsinger

Pat Gelsinger: CEO da Intel (Andrej Sokolow/picture alliance/Getty Images)

Pat Gelsinger: CEO da Intel (Andrej Sokolow/picture alliance/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 2 de dezembro de 2024 às 18h18.

Última atualização em 2 de dezembro de 2024 às 18h23.

A Intel anunciou a aposentadoria de Pat Gelsinger do cargo de CEO, com efeito a partir de 1º de dezembro. Gelsinger, que também deixou o conselho de administração da empresa, será substituído provisoriamente pelos executivos David Zinsner, diretor financeiro, e Michelle Johnston Holthaus, gerente geral do grupo de computação para clientes da companhia.

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Holthaus, além do novo posto interino, foi nomeada para a posição recém-criada de CEO da divisão Intel Products, que abrange negócios focados em consumidores, data centers, inteligência artificial, redes e soluções de edge computing.

A transição será acompanhada por Frank Yeary, presidente independente do conselho da Intel, que assumirá o papel de presidente executivo interino. A liderança da Intel Foundry, divisão de design e fabricação de chips, permanecerá inalterada, enquanto o conselho já formou um comitê para buscar um sucessor definitivo para Gelsinger.

Um histórico de grandes promessas e desafios

Gelsinger retornou à Intel como CEO em 2021, enfrentando pressões crescentes de investidores para reestruturar a empresa. Sob seu comando, a companhia lançou um plano ambicioso para reverter sua posição de mercado, incluindo a construção de fábricas bilionárias de semicondutores nos EUA e no exterior e a promoção da aprovação do CHIPS Act, que garantiu à Intel um subsídio de até US$ 7,86 bilhões para operações em estados como Arizona, Ohio e Oregon.

Entretanto, sua gestão foi marcada por contratempos. A Intel perdeu terreno no mercado de chips de data center para a AMD, além de fracassar em negociações importantes, como o fornecimento de chips para o PlayStation da Sony e o cancelamento da aquisição da israelense Tower Semiconductor por US$ 5,4 bilhões devido a obstáculos regulatórios.

Em 2023, a receita da Intel caiu para US$ 54 bilhões, cerca de um terço abaixo do registrado em 2021, enquanto a empresa enfrentou seu maior prejuízo trimestral da história: US$ 16,6 bilhões no terceiro trimestre.

Futuro incerto

Apesar de iniciativas recentes, como o avanço no processo de fabricação 18A e novos contratos com a AWS e o Pentágono, analistas veem dificuldades para a Intel se recuperar no curto prazo. A empresa ainda enfrenta desafios com seus processadores mais recentes e considera vender divisões como a Mobileye e a de redes corporativas para estabilizar sua operação.

As ações da Intel subiram 2,66% após o anúncio da saída de Gelsinger, refletindo as expectativas do mercado sobre as mudanças de gestão.

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