CEO da Apple, Tim Cook: executivo se tornou um visitante frequente de Washington (Chip Somodevilla/Getty Images)
O CEO da Apple, Tim Cook, não estava totalmente convencido de precisar de uma equipe de lobistas em Washington há uma década. Assim como Steve Jobs, seu antecessor e mentor, Cook acreditava que os produtos sofisticados da Apple falavam por si só.
Mas a era de uma Apple ausente da capital americana acabou.
Cook se tornou um dos CEOs de tecnologia mais politicamente ativos do país nos últimos anos, enquanto a Apple luta para se defender de uma legislação antitruste que ganha força no Congresso. A empresa está aumentando seus gastos com lobby e contratando ex-assessores do Congresso bem relacionados. E está se aproximando de figuras poderosas em Washington, muitas vezes usando Cook para apresentar os argumentos da Apple diretamente aos legisladores.
A medida antitruste, que pode ser votada no Senado antes do recesso de agosto, impediria gigantes de tecnologia de usar suas plataformas para prejudicar seu rivais. Uma disposição busca quebrar a dominância da Apple em sua App Store e pode custar bilhões de dólares à empresa.
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A Apple está gastando mais do que nunca em lobby federal. A empresa registrou um recorde de US$ 4,6 milhões no primeiro semestre deste ano, US$ 1,5 milhão a mais do que o valor do primeiro semestre do ano passado. Embora a Apple tenha divulgado na quarta-feira que suas despesas de lobby no segundo trimestre caíram para US$ 1,9 milhão, os US$ 2,7 milhões gastos no primeiro trimestre foram cerca de 85% maiores do que no mesmo período do ano passado.
Desde o início de 2021, a Apple registrou três novas firmas de lobby com vínculos com os principais legisladores na luta antitruste. Também está tirando lobistas diretamente dos corredores do Capitólio, trazendo para dentro de casa um ex-assessor da senadora Amy Klobuchar, a democrata de Minnesota que lidera a luta contra a Apple e outros gigantes da tecnologia.
As divulgações da Apple mostram que sua lista de lobistas internos e externos aumentou mais de 50%, de 43 para 65, desde 2015. Mesmo assim, o número total de lobistas empregados pela fabricante do iPhone é menor do que o de outras grandes empresas de tecnologia em Washington.
E embora a empresa notoriamente não tenha um comitê de ação política para fazer doações a candidatos ou partidos, as contribuições pessoais de campanha de alguns de seus executivos de Washington aumentaram.
“A Apple tem conseguido sobreviver com boa vontade e uma abordagem leve por mais de uma década”, disse Matt Kent, que defende leis antitruste mais duras para o Public Citizen, o grupo de direitos do consumidor de esquerda em Washington. A presença intensificada em Washington “é uma prova do tamanho da ameaça” que a Apple enfrenta, disse Kent.
A Apple não quis comentar.