Tecnologia

Vendas de celulares seminovos crescem com amadurecimento do mercado

Mercado de smartphones passa por transformação e empresa de venda de aparelhos recondicionados cresce

 (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg/Bloomberg)

(Tomohiro Ohsumi/Bloomberg/Bloomberg)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 1 de março de 2019 às 05h55.

Última atualização em 1 de março de 2019 às 11h27.

São Paulo – Quem acompanha os últimos lançamentos tecnológicos já sabe muito bem que os preços dos smartphones estão em uma rampante desde que a Apple lançou o primeiro iPhone de mil dólares (que foi vendido por 7 mil reais no Brasil), em 2017. O Congresso Mundial de Celulares, MWC, realizado nesta semana na Espanha, foi a deixa para empresas como a Huawei apresentar o seu primeiro celular com tela dobrável. O preço chegou a desanimar os entusiastas da nova tecnologia: 2.600 dólares, mais do que o dobro do iPhone X do ano passado. O rival Galaxy Fold, apresentado pela Samsung na semana passada, é mais barato, mas ainda assim sairá por 1.980 dólares quando chegar às lojas, em abril deste ano.

Com os consumidores ficando com seus smartphones por mais tempo do que o esperado pelas fabricantes, o efeito provocado é parecido com o dos carros: aumentam os preços dos novos e, com isso, sobem também os dos usados. De acordo com uma previsão da consultoria IDC, o mercado de smartphones seminovos é estimado em 52,7 bilhões de dólares em 2022, com preço médio de 180 dólares por dispositivo. É diante desse cenário que vem o crescimento da Trocafone, uma empresa que compra e vende smartphones usados no Brasil.

Funciona como em uma concessionária: você pode dar o seu usado como parte do pagamento por um celular novo em um dos parceiros da empresa, como Samsung, Sony e LG, que oferecem a troca em suas lojas físicas em shoppings. O valor normalmente é mais baixo do que é obtido por meio da venda entre pessoas na internet, mas pode ser um incentivo adicional para quem quer trocar de smartphone o quanto antes.

A empresa então recondiciona o aparelho e o coloca à venda no seu site oficial, com preços mais baixos do que os que são oferecidos pelo varejo.

Com essa estratégia, a companhia conseguiu aumentar 50% do número de seminovos vendidos em 2018 em relação ao ano anterior. Argentina, ela está no Brasil desde 2014 e, com o ganho nas vendas, chegou ao número de 550 mil de dispositivos comercializados desde a sua fundação.

Guille Freire, CEO da Trocafone, se diz animado com a nova fase da empresa, que atua também na Rússia e na Argentina e recentemente passou a trabalhar com a troca de relógios inteligentes e tablets. “Além de trazer benefícios econômicos para a sociedade, contribuímos para a redução de lixo eletrônico, beneficiando o meio ambiente”, disse Freire, em nota a EXAME.

Preço justo

Enquanto as fabricantes de iPhones e smartphones Android topo de linha elevam seus preços, a Motorola segue uma estratégia diferente para ir na contramão da tendência. A empresa se mantém fiel à proposta de celulares que tem desde o lançamento do primeiro Moto G, em 2013 – quando ainda pertencia ao Google, e não à Lenovo. Sem topo de linha no Brasil, a companhia centra esforços nos quatro novos modelos de Moto G7 e o Motorola One, o primeiro dispositivo feito pela empresa em parceria com o Google para oferecer um sistema Android puro, ou seja, livre das tradicionais modificações de interface das fabricantes.

Os aparelhos nem sempre têm os melhores processadores, telas ou câmeras. Em vez disso, para a Motorola, a aposta é no conjunto da obra. E os números recentes da empresa mostram que isso deu certo. A unidade chamada Mobile Business Group, que engloba a Motorola, se tornou rentável pela primeira vez desde que a Lenovo comprou a empresa. O destaque foi na América do Norte, onde o volume de vendas foi 40 pontos acima do mercado. Na China, onde a Apple perde mercado, as notícias foram boas para a Motorola, que quadruplicou sua receita na comparação anual do último trimestre de 2018.

Apesar dos lançamentos com preços astronômicos, histórias como a da Motorola mostram que é possível traçar estratégias diferentes diante das novas condições do mercado. Nesse contexto, assim como no mercado de automóveis, cada vez mais você terá que optar entre um modelo zero KM ou um seminovo em ótimo estado.

Acompanhe tudo sobre:CelularesSmartphonesVendas

Mais de Tecnologia

Xiaomi Poco X6: quanto vale a pena pagar na Black Friday 2024?

Moto G24 Power: quanto vale a pena pagar na Black Friday 2024?

Galaxy A35: quanto vale a pena pagar na Black Friday 2024?

iPhone 15 Plus: quanto vale a pena pagar na Black Friday 2024?