Tecnologia

Casulo abre caminho para transporte chamado por smartphone

Esse “casulo” sem motorista de dois assentos representa a vanguarda da emergente indústria britânica de veículos autônomos

O carro elétrico Lutz Pathfinder, da Transport Systems Catapult (Reprodução/Transport Systems Catapult)

O carro elétrico Lutz Pathfinder, da Transport Systems Catapult (Reprodução/Transport Systems Catapult)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2015 às 21h13.

Ele parece mais com um carrinho de golfe do que o VW Golf, mas esse casulo sem motorista de dois assentos representa a vanguarda da emergente indústria britânica de veículos autônomos.

O primeiro carro elétrico Lutz Pathfinder, que é menor do que um Smart, foi lançado hoje na cidade inglesa de Milton Keynes antes da realização de testes em áreas com pedestres a uma velocidade máxima de 24 quilômetros por hora.

A prova tem o objetivo de abrir caminho para um novo modo de transporte público que pode ser chamado por meio de smartphones.

Um modelo do carro foi exibido em fevereiro, mas essa é a primeira demonstração do funcionamento de um veículo de pesquisa. Mais duas versões de teste virão nos próximos meses.

O carro ainda depende de um cérebro -- um sistema de controle autônomo chamado Mercury, desenvolvido pelo Mobile Robotics Group da Universidade de Oxford --.

Ele utiliza lasers, radar e câmeras para escanear as ruas em busca de pessoas e objetos. Quando isso for instalado, o veículo será dirigido inicialmente de modo manual para mapear e entender seu ambiente antes de ser solto no modo autônomo -- com um humano sempre à disposição para assumir o controle na eventualidade de uma avaria técnica.

O projeto -- que foi anunciado há 18 meses -- faz parte de uma iniciativa de cinco anos e 120 milhões de libras (US$ 185 milhões) do Reino Unido para se tornar líder em veículos autônomos.

As descobertas feitas por meio do projeto serão usadas para apoiar o programa U.K. Autodrive, de maior escala, que testará uma frota de 40 casulos autônomos.

O Reino Unido está fazendo um trabalho muito bom com os veículos autônomos, diz Kamalesh Mohanarangam, analista sênior de pesquisa da Frost Sullivan, ressaltando que o Lutz Pathfinder é um carro muito limpo, sem emissões de carbono.

Apesar disso, ele não pode trafegar nas velocidades urbanas normais -- diferentemente dos carros que estão sendo desenvolvidos por empresas como a Google --, acrescenta ele.

Enquanto o Reino Unido está iniciando os testes, a Google vem testando a tecnologia há anos e já computou mais de 1,6 milhão de quilômetros em vias públicas com veículos autônomos.

Quando a frota de 40 unidades estiver em funcionamento, ela dará a oportunidade de estudar como os carros autônomos poderiam operar juntos em escala. Nós poderemos fazer testes de usuário com pessoas que vão diariamente ao trabalho, diz ele.

Código de conduta

A falta de legislação para permissão desse tipo de veículo no Reino Unido continua sendo um grande obstáculo.

No momento, se você fosse tentar, até mesmo colocar um Segway no chão é ilegal, então imagine um veículo autônomo de quatro rodas, diz Neil Fulton, diretor do programa do casulo na Transport Systems Catapult.

O Departamento de Transporte do Reino Unido colocou em vigor um código de conduta para permitir que a tecnologia seja testada, mas não existe uma legislação para permitir a operação dos veículos além da finalidade de pesquisa.

Além do Lutz Pathfinder, o governo também apoiou outros dois programas, um em Bristol e outro em Greenwich, Londres. Todos os projetos foram financiados em igual parte pelo setor privado.

O objetivo é reduzir acidentes, melhorar a qualidade do ar e aprimorar novas tecnologias.

https://youtube.com/watch?v=erjo8yfyD9w

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaBloombergCarrosCarros high techEmpresasVeículos

Mais de Tecnologia

Black Friday: 5 sites para comparar os melhores preços

China acelera integração entre 5G e internet industrial com projeto pioneiro

Vale a pena comprar celular na Black Friday?

A densidade de talentos define uma empresa de sucesso; as lições da VP da Sequoia Capital