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Casos de demência podem dobrar em 2030, segundo OMS

Em 2050 o número de doentes pode ser 3 vezes maior que o atual, em 35,6 milhões, informou a organização da ONU

Não é possível atualmente tratar a demência, mas o avanço da doença em alguns casos pode ser desacelerado (©AFP / Miguel Medina)

Não é possível atualmente tratar a demência, mas o avanço da doença em alguns casos pode ser desacelerado (©AFP / Miguel Medina)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2012 às 15h59.

Genebra - O número de pessoas com demência deve praticamente dobrar para 65,7 milhões em 2030 com o envelhecimento da população mundial, de acordo com relatório da Organização Mundial de Saúde publicado nesta quarta-feira.

Em 2050 o número de doentes pode ser 3 vezes maior que o atual, em 35,6 milhões, informou a organização da ONU.

O relatório divulgado pela OMS e pela Alzheimer's Disease International estima que o custo do tratamento e dos cuidados médicos para pessoas com essa condição é de 604 bilhões de dólares por ano.

A demência é causada por uma variedade de doenças no cérebro que afetam a memória, o pensamento, o comportamento e a habilidade de realizar atividades cotidianas.

O Alzheimer é a causa mais comum da demência e corresponde a cerca de 70% dos casos.

Mais da metade dos doentes (58%) vivem em países de renda média e baixa, mas esse número pode aumentar para 70% em 2050.

O relatório informou que seriam necessários diagnósticos muito mais eficazes, já que, até mesmo em países ricos, apenas de 20% a 50% de casos de demência são rotineiramente reconhecidos.

"Uma vez que a prevalência da doença vai explodir neste século porque todos vamos viver mais - o risco de demência é de 1 em cada 8 para aqueles com mais de 65 e uma proporção assustadora de 1 em 2,5 para os maiores de 85 - seu impacto vai se tornar maior ao longo das décadas," de acordo com Shekhar Saxena, chefe do departamento de saúde mental da OMS.


"Precisamos aumentar nossa capacidade de detectar a demência precocemente para oferecer as condições sociais e de saúde necessárias," disse Oleg Chestnov, diretor geral assistente de Doenças Não Transmissíveis e Doença Mental da OMS.

"Muito pode ser feito para reduzir o problema da demência. Os profissionais de saúde, com frequência, não são treinados adequadamente para reconhecer a demência."

Apenas oito países em todo o mundo - Austrália, Grã-Bretanha, Dinamarca, França, Japão, Coreia do Sul, Holanda e Noruega - atualmente têm programas nacionais para a demência, de acordo com o relatório "Demência: uma prioridade da saúde pública".

Alemanha e Suécia estabeleceram listas de recomendações.

O estudo também destaca um falta de informação e conhecimento geral sobre a doença, que alimenta o estigma e leva as pessoas, às vezes, a adiar a busca por apoio.

"Agora é vital enfrentar os baixos níveis de conscientização e entendimento públicos e reduzir drasticamente o estigma associado com a demência," disse Marc Wortmann, diretor executivo da Alzheimer's Disease International.

"Precisamos agir, precisamos deter essa epidemia."

Neste relatório, a OMS recomenda que as autoridades procurem minimizar o estigma que tem sido, há muito tempo, associado à demência e melhorar os cuidados gerais para as vítimas, junto com o apoio para os enfermeiros.

Não é possível atualmente tratar a demência, mas o avanço da doença em alguns casos pode ser desacelerado.

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