Tecnologia

Carros viram iPhones com busca por wi-fi sobre rodas

Compradores agora procuram um carro que possa se conectar com smartphone, iPad e e com sua vida digital

Aplicativo do iPhone, da Apple, para o carro Model S da Tesla é demonstrado no estúdio da companhia em Hawthorne, Califórnia (Patrick T. Fallon/Bloomberg)

Aplicativo do iPhone, da Apple, para o carro Model S da Tesla é demonstrado no estúdio da companhia em Hawthorne, Califórnia (Patrick T. Fallon/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2014 às 15h45.

Southfield - Quando chegou a hora de trocar seu Ford Explorer, em setembro, Svetlana Friedman impôs uma condição: rádio básico nunca mais. Ela queria um carro que pudesse se conectar com seu smartphone, seu iPad e sua vida digital.

“Eu comprarei um carro preto, branco ou vermelho, ou o que for, desde que tenha esses recursos”, disse Friedman, 33, relembrando o que disse ao vendedor.

“Eu não quero voltar para um modelo básico que não me permita falar no telefone ou escutar minhas músicas”, disse ela, nesta semana, durante uma chamada por viva-voz, com as mãos livres, de seu Explorer 2014 preto. “Isso definitivamente torna a vida mais fácil”.

Esqueça os cavalos de força. O carro conectado está se tornando o modelo mais procurado nas concessionárias. A tecnologia interna do veículo é o fator principal de venda para 39 por cento dos compradores de carros, hoje -- mais de duas vezes os 14 por cento que disseram que levam em consideração, em primeiro lugar, as medidas tradicionais de desempenho, como força e velocidade --, de acordo com um estudo da empresa de consultoria Accenture, divulgado em dezembro. É por isso que os carros que falam, mostram o caminho aos motoristas e desviam de perigos ocuparão espaços no próximo salão de automóveis de Detroit.

“Os consumidores estão buscando cada vez mais soluções que lhes permitam permanecer conectados a suas vidas digitais onde quer que eles estiverem”, disse Thilo Koslowski, analista de automóveis para a empresa pesquisadora Gartner Inc. “Isso de fato transformará os carros no dispositivo móvel mais interessante do momento”.

Novas fronteiras

As fabricantes de carros do salão estarão buscando ir além daquilo que está nas ruas hoje, como o Model S, da Telsa Motors Inc., que vem com um grande tablet em seu painel e executa uma versão gigante do Google Maps para navegação, e o sistema Sync da Ford Motor Co., ao qual a empresa credita a atração de consumidores, mesmo que esteja sendo criticado por suas imperfeições.


Fornecedores e fabricantes de carros mostrarão modelos que podem ler gestos manuais para controlar recursos de entretenimento ou escanear os movimentos dos olhos para ajustar onde os indicadores do carro são projetados, além de ouvir e responder com a claridade do sistema Siri, do iPhone, da Apple Inc.

O número de carros conectados à internet em todo o mundo crescerá mais de seis vezes, para 152 milhões em 2020, contra 23 milhões agora, segundo a empresa de pesquisas IHS Automotive. A GM, a linha de luxo Audi, da Volkswagen AG, e a Tesla revelaram, nesta semana, seus planos mais recentes para oferecer conexões de internet em seus carros, incluindo pontos de acesso wi-fi para tablets e laptops.

“As pessoas passam muito tempo em seus carros, por isso conectar seu carro à sua vida e torná-lo consistente é uma grande vantagem”, disse Alan Batey, diretor da marca Chevrolet, da GM, em entrevista. “Isso nos conecta com pessoas que antes, talvez, nunca haviam pensado que a Chevrolet era a marca para elas”.

Carros inteligentes

Até 2018 um em cada cinco carros nas ruas será “autoconsciente” e capaz de diferenciar e compartilhar informações sobre sua saúde mecânica, sua posição global e o status dos arredores, disse Koslowski, da Gartner. Um sistema de sensores, comunicações veículo a veículo e poder de processamento levará a carros inteligentes que podem interagir com seus donos, disse ele.

“No futuro, seu carro vai até poder te dizer para ficar na cama mais meia hora porque a situação do trânsito não é tão ruim quanto normalmente é”, disse Koslowski. “Seu carro pode falar com o alarme do seu relógio e tocar 30 minutos mais tarde, de forma que você possa permanecer na cama sem fazer nada”.

Friedman, a dona do Explorer, ainda não quer abandonar o volante. A contadora de Los Angeles tem metas bem mais modestas para seu próximo carro conectado. Ela gostaria que ele agisse como um assistente pessoal que lesse suas mensagens no Samsung Galaxy S3 e lhe permitisse ditar respostas enquanto está dirigindo.

“Você não pode dirigir e digitar por aqui, é ilegal”, disse ela, que tem dois filhos. “E eu não quero parar o carro para responder às minhas mensagens de texto”.

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