Lixo Eletrônico (www.metaphoricalplatypus.com via Flickr)
Da Redação
Publicado em 2 de setembro de 2014 às 15h35.
Mais um ponto de coleta de lixo eletrônico começa a funcionar no Rio de Janeiro. Monitores, placas de vídeo, teclados e outros acessórios de equipamentos eletrônicos em desuso poderão ser descartados em um ponto instalado na Universidade Estácio de Sá, no campus da Barra da Tijuca, zona oeste da cidade.
As peças recolhidas serão doadas ao projeto Fábrica Verde na comunidade da Rocinha, zona sul do Rio. O objetivo do projeto, criado em 2011 pela Secretaria de Estado do Ambiente, é descartar o lixo eletrônico de maneira ecologicamente correta e capacitar jovens das comunidades de diversas regiões para montar e manter computadores com as peças usadas. Os equipamentos montados pelos alunos são reutilizados pelos próprios moradores nos telecentros comunitários.
A parceria entre a universidade e a secretaria tem o objetivo de estimular a consciência socioambiental dos alunos, colaboradores, professores e da comunidade vizinha, explica o gerente de Comunicação e Sustentabilidade da Estácio de Sá, Luiz Antonio Gaulia. "Queremos, com isso, garantir uma trajetória rumo à sustentabilidade. Nossos exemplos também educam", diz Gaulia.
A superintendente de Território e Cidadania da Secretaria do Ambiente, Mônica Monteiro, lembra que, hoje, com as inovações tecnológicas, os aparelhos eletrônicos deixam de ser usados cada vez mais depressa, o que gera mais e mais resíduos. QSe descartados de forma errada, os componentes químicos presentes nesses objetos podem trazer grandes problemas para o meio ambiente, como a contaminação do solo", alerta.
O problema do lixo eletrônico não atinge somente o Rio de Janeiro. Segundo relatório divulgado em 2010 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnud), o Brasil ocupa a liderança entre as nações emergentes na geração desse tipo de lixo. O relatório mostra que o lixo eletrônico descartado por pessoa no país equivale a 0,5 quilo por ano.
De acordo com Monica Monteiro, além de gerar ganhos para a natureza, o projeto Fábrica Verde ajuda na inclusão social dos jovens moradores das comunidades. "Estamos buscando ampliar os pontos de coleta de lixo eletrônico para facilitar para as pessoas o descarte desse tipo de material. Contamos com a ajuda delas, porque o que pode não ser mais útil para uma pessoa, pode ajudar muito a outras."
Segundo dados da secretaria, somente na Rocinha, o curso ministrado no projeto Fábrica Verde, que tem duração de cinco meses, já formou 570 jovens, responsáveis pela composição de 556 computadores com os materiais eletrônicos descartados.
Editor Nádia Franco