Cantareira (Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de setembro de 2014 às 13h54.
O tempo seco dos últimos dias na Região Sudeste manteve o movimento de baixa gradual do nível das águas do Sistema Cantareira, que, de ontem (11) para hoje (12), passou de 9,7% para 9,5% da capacidade de operação, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, que monitora diariamente a situação. A queda deve continuar porque as previsões indicam que a estiagem deve continuar nos próximos dias.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), por influência de um ciclone extratropical entre o Rio Grande do Sul e a foz do Rio da Prata, no lado Sul do país, o ar deve ficar mais úmido no estado de São Paulo. Há possibilidade de chuva, mas apenas em áreas próximas ao Paraná, portanto, longe das nascentes que convergem para as represas que formam o Cantareira.
Entre essas nascentes estão as que ficam no sul de Minas Gerais e deságuam nos rios Jaguari e Jacareí, passando por outras localidades até chegar às estações de tratamento para, depois, serem bombeadas para distribuição em moradias e casas comerciais, em um universo de 8,8 milhões de consumidores.
Por esse sistema é feito o abastecimento em 374 municípios, incluindo parte da capital paulista, da região metropolitana de São Paulo e do interior do estado.
O índice pluviométrico medido pela Sabesp foi mantido hoje (12) em 30,1 milímetros (mm). A estatal sustenta que o volume disponível de água garante o abastecimento até março do ano que vem, sem racionamento, embora existam relatos isolados de torneiras secas.
A Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo ainda aposta na chance de que, ainda neste mês, comecem a ocorrer com regularidade as chuvas previstas para o período, cuja média histórica sobre a região do manancial é 91,9 mm. Caso isso não ocorra, pode-se recorrer à segunda cota da reserva técnica ou volume morto, com a retirada de água em nível abaixo da atual captação.
Ainda de acordo com a secretaria, a partir deste mês, passarão ser bombeados mais 500 litros por segundo, com retiradas do Rio Grande, e, em outubro, mais 1.000 litros por segundo do Guarapiranga. Com o emprego de ações do gênero, só neste ano, cerca de 2,8 milhões de pessoas poderão deixar de fazer parte do total de consumidores que recebem água do Cantareira.
A Sabesp pediu a retirada de 106 bilhões de litros de água da segunda reserva técnica do Sistema Cantareira. A obra já foi autorizada pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica, mas não há previsão para o início.
Editor Nádia Franco